Vigésimo segundo domingo do tempo comum

    Jesus continua sua subida para Jerusalém. À medida que faz seu caminho para o Pai, Ele vai instruindo seus discípulos. Um israelita de verdade mantém os ouvidos sempre abertos, pois ele sabe que toda sabedoria vem de Deus, e se deixa instruir por Deus. “O homem sensato medita as máximas em sua oração, ouvido atento, eis o que o sábio deseja”, como vemos no Eclesiástico(Eclo 3,19-21.30-31).
    O episódio do evangelho(Lc 14,1.7-14) deste domingo se dá durante uma refeição, “na casa de um dos chefes fariseus”. Duas outras vezes Jesus foi, segundo Lucas, a uma refeição na casa de fariseus. Há entre Jesus e os fariseus uma mescla de simpatia e resistência. Os fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua religião e crêem servir a Deus através de suas práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei.
    Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Tal modo de interpretar a Lei os impede de olhar para os outros com misericórdia e por em prática a palavra do Senhor: “É misericórdia que eu quero e não, sacrifícios”.
    A refeição na casa de um dos chefes fariseus acontece num sábado, dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida, através da obra da criação, e a libertação do país da escravidão.
    Mesmo que em nosso relato os interlocutores sejam os que estavam na casa dos fariseus, são os discípulos os instruídos; é a comunidade cristã que deve aprender como se comportar no novo tempo. A instrução é motivada pela observação de “como os convidados escolhiam os primeiros lugares.” A parábola utiliza a imagem do casamento, em que os lugares já eram predeterminados.
    Há duas lições: o lugar é recebido de quem convidou para a festa. Certamente, é outro modo de dizer: “Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles”. A segunda é um convite à generosidade: “… quando deres um banquete. Convida os que não têm como te retribuir!” É preciso renunciar ao anseio de recompensa ou retribuição: “Se amais os que vos amam, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim… E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que graça alcançais? … Fazei o bem e empresteis sem esperar coisa alguma em troca”.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here