Um retorno abençoado

    Sábado, dia 4 de julho reiniciamos as nossas celebrações com a presença do povo nas igrejas com uma missa em nossa Catedral Metropolitana de São Sebastião no horário tradicional das transmissões de mídia. Depois de mais de 100 dias sem celebrações presenciais tínhamos vários jubileus que foram celebrados nas paróquias sem a presença das comunidades. Ao reiniciar as celebrações presenciais quisemos acolher uma parte deles dentre tantos que em nossa arquidiocese ocorreram durante este tempo e que não foi possível uma maior participação.

    A celebração em nossa Catedral foi com todas as limitações e precauções que estão em nossas orientações para o retorno. Esse texto foi enviado às paróquias no dia 7 de junho para que houvesse tempo de preparação, sanitização, capacitação e esclarecimentos do povo. Além disso as informações de técnicos, organizações, hospitais, empresas de saúde e de nossos vigários episcopais territoriais apontaram que a procura para tratamento da pandemia, assim como as internações nos CTIs estavam sob controle. Dessa forma a arquidiocese, em unidade com todo o Regional Leste 1 reiniciou com as devidas prudências esse novo momento.

    Um grupo de sacerdotes celebrou o seu jubileu de prata sacerdotal no último dia 24 de junho próximo passado fez, então, 25 anos de Ordenação, é claro que celebraram sem a presença do povo, em suas comunidades. Foi pedido um decreto para a Penitenciaria Apostólica de indulgências para os padres e para o povo. Como estávamos todos, por força maior, em nossas casas, também receberam essa indulgência que a Penitenciaria Apostólica concedeu aos padres que fazem jubileu neste ano os que assistiram a celebração à distância. Além desses queridos sacerdotes que completam o seu jubileu temos também alguns falecidos que colocamos intenção nesta missa para que estejam na glória de Deus. Ao final da missa entregamos a cada um dos jubilandos um exemplar do decreto da Penitenciaria Apostólica como sinal de nosso carinho e reconhecimento lembrando que é um dom que receberam em reconhecimento da Igreja pelos 25 anos de sacerdócio vividos no serviço ao Senhor e ao povo de Deus. Que nos conserve sempre com entusiasmo renovado e mesmo não podendo nos abraçar permanece fica o abraço de longe para cada um com as nossas felicitações.

    Também estiveram presentes os padres que são da turma de 1996 e que iniciam com esta missa as comemorações do seu jubileu. Lembramos com carinho os falecidos dessa turma. Estão iniciando, nesse tempo, agora, o Jubileu de Prata. Como a turma anterior, também estes foram ordenados pelo nosso antecessor D. Eugênio Araújo Sales. Tenho certeza que o Cardeal Sales, que tanto se empenhou pelas vocações, se alegrou muito com a ordenação de todos.

    No próximo dia 9, quinta-feira, completamos o oitavo aniversário da partida do Cardeal D. Eugênio Araujo Sales para a eternidade. Iremos celebrar missa aqui na Cripta da Catedral, ao meio-dia, dia 9. Nessa ocasião nós iremos lançar uma Associação para gerar fundos para os estudantes de especialização com o nome de Fundo Sacerdotal Cardeal Sales. Essa associação terá a missão de ajudar os estudantes que se especializam em universidades no exterior e que servirão na formação do nosso povo com suas aulas, e em especial, à formação dos futuros sacerdotes.

    Agradecemos aos caríssimos sacerdotes pela vida e testemunho, desejando que tenham um ano jubilar repleto de muitas graças e alegrias. Cada Jubileu é uma oportunidade de recomeço, de retomada, como nos recorda o Jubileu no Antigo Testamento: a cada 7 dias, o dia de descanso, o sábado, a cada sete anos, o ano sabático e a cada 7 vezes 7 anos o ano do jubileu, A Igreja modernamente adaptou esse tempo o jubileu ser comemorado a cada 25 anos. Essa época, sejam os jubileus ordinários ou extraordinários da Igreja, sejam, os jubileus particulares é sempre um tempo para uma retomada, para um recomeço, porém com a experiência adquirida nesses anos que passaram. Que possam retomar o ardor inicial com toda a experiência dos 25 anos servindo a Igreja, servindo ao povo de Deus com muita generosidade. Deus abençoe e um bom ano jubilar.

    Também hoje trazemos as Paróquias que se alegram com seus jubileus. Não pudemos celebrar as datas agendadas durantes esses meses de distanciamento social, porém, seus padres e alguns paroquianos estão aqui para agradecer pelos passos dados. Temos um grupo de paróquias que completam neste ano 100 anos da criação pelo Cardeal Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcante que as criou em 1920. Peço aos sacerdotes e representantes aqui presentes que levem nosso abraço aos demais membros da comunidade e o nosso agradecimento pela vida, pelo trabalho e pela missão. Que Deus os conduza sempre mais. Sei que eu tinha algumas missas marcadas nesses dias, em várias paróquias, mas devido ao momento de distanciamento social com celebrações sem a presença do povo, não foi possível celebrar. Vamos procurar encontrar datas ou neste ano ou no próximo. Assim teremos a oportunidade de celebrar a conclusão do centenário da criação da paróquia. Parabéns a essas paróquias centenárias de nossa arquidiocese.

    Outro grupo presente nessa celebração são das paróquias criadas há 75 anos. O Cardeal D. Jaime de Barros Câmara quando completou 25 anos de ordenação presbiteral (1945) criou 25 novas paróquias na Arquidiocese no mesmo dia, e depois, aos poucos foi instalando-as. Uma visão missionária e de futuro, pois muitas das paróquias criadas ainda não tinham nenhuma estrutura possível de iniciar a sua missão. Hoje são importantes centros de irradiação da presença de Cristo em suas regiões. São luzes especiais que o Espírito Santo concede ao Apóstolo para que, em seu discernimento e, com os olhos voltados para o futuro, empreender já passos importantes. Graças à essa visão de D. Jaime que a cidade que crescia teve a presença da Igreja junto ao seu povo. Aos sacerdotes e ao povo nas paróquias de 75 anos, levem o nosso abraço. Que esse ano jubilar 75 anos possam retomar a missão como nos inícios e com renovado ardor viver cada vez melhor ainda a vida da comunidade nesse tempo tão diferente, porém ao mesmo tempo, tão cheio de oportunidades. Que o senhor abençoe e conduza cada um.

    Nesta semana lançamos uma nova música para esse nosso retorno que foi cantada na comunhão da missa: “como é bom estarmos aqui outra vez reunidos aqui com os irmãos para sermos perdoados. Para ouvir tua palavra e oferecer a vida ao senhor, dar a de comer o teu corpo, dar a de beber o teu sangue, tua comida e bebida do céu que nos preserva em ti”. Essa música, composta pelo Pe. André Rodrigues, foi lançada por esse grupo cantores católicos e do seminário São José, que animaram o canto na missa, coordenados pelo mesmo Pe. André, diretor espiritual do nosso seminário. Sugiro que as comunidades possam cantá-la durante esse tempo de retorno, pois foi composta exatamente para esta ocasião: “outra vez para adorar, outra vez para te servir, mais uma vez para te amar e para contigo estar para sempre. Outra vez darmos esse pão, outra vez darmos este vinho, mais uma vez comemos do teu corpo, mais uma vez bebemos do teu sangue”. E assim vai essa música lançada essa semana.

    Se grande é a nossa responsabilidade e preocupação, porém, é também grande a nossa alegria em poder viver esse momento de retorno: uma boa continuação desse tempo a todos com toda precaução, prevenção e com tudo aquilo que faz parte das orientações que a Arquidiocese já distribuiu há um mês atrás para orientar e para preparar todas as paróquias para esse momento de recomeço. É um retorno para um outro tipo de celebração, um outro jeito: não é da mesma forma que antes – distanciamento, sem cumprimentos, ao mesmo tempo com toda higienização, sanitização que vocês já sabem bem por que foi amplamente divulgado.

    Que o senhor continue abençoando nossa caminhada e nos conduza para sermos sinais de esperança nessa sociedade.

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