Solenidade de Todos os Santos

    No dia primeiro de novembro, precisamente num domingo de 2020, celebramos a Solenidade de Todos os Santos. Uma Solenidade que começou-se a celebrar , também, em Roma, desde o século IX. A Lumen Gentium, n. 39, ensina que: “A Igreja é indefectivelmente santa: Cristo amou-a como sua esposa e deu-se a si mesmo por ela a fim de santifica-la; por isso todos na Igreja são chamados à santidade”.

    A Igreja, que peregrina neste mundo, sempre prega que o mistério pascal nos santos que sofreram com Cristo e com Ele são glorificados; propõe aos fiéis seus exemplos, que atraem todos ao Pai por meio de Cristo, e implora por seus merecimentos os benefícios de Deus(Sacrosanctum Concilium, n. 104).

    Hoje em uma só Solenidade celebram-se, junto com os santos canonizados, todos os justos de toda raça e nação, cujos nomes estão inscritos no livro da vida(Ap 20,12).

    Na primeira leitura(Ap 7,2-4.9-14) o texto apocalíptico apresenta a visão do autor sobre a vitória dos que sofreram o martírio, permanecendo fiéis ao projeto de Jesus. O povo fiel e santo, reunido em todas as nações, é aquele que faz o caminho do Cordeiro, resistindo às perseguições. O grupo dos 144 mil se une à grande multidão para a confraternização numa liturgia universal. Os santos são os que, independentemente de religião, conservam a fidelidade do Evangelho e agora participam da glória celeste.

    Na segunda leitura(1Jo 3,1-3) a boa notícia é o belo presente que ganhamos de Deus: sentir-nos amados por ele como filhos e filhas. Cada ser humano é objeto do amor do Pai; é consciente dessa realidade quem conhece o Deus de Jesus de Nazaré.

    No Santo Evangelho – os das bem-aventuranças – (Mt 5,1-12a) mostra que os bem-aventurados ou felizes são todos aqueles que encontraram o caminho do Reino de Deus e a ele se dedicaram; embora enfrentassem desafios e perseguições, mantiveram-se fiéis e perseverantes. As bem-aventuranças são o melhor caminho de busca e vivência da santidade. O Papa Francisco diz que a palavra bem-aventurado é “sinônimo de santo, porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade”.

    Toda a vida de Cristo era um único anúncio, uma única pregação da vivência do Mistério Pascal. A vida de Cristo é mistério – acessível pela revelação e não exaurido por ela. Mistério, portanto, parcialmente revelado, e parcialmente encoberto. E Jesus vai fazer todo o esforço possível para que nós adentremos nesta sua dinâmica transformativa, que nós aprendemos a transformar nossos sofrimentos cotidianos em paixão – em amor intenso, em sofrimento com significado escatológico – nossas mortes em realidades vivificantes, nossa alegria em júbilo pascal e não pagão. Para que isso ocorra, é preciso uma transformação. Precisamos aprender a inserir Cristo em tudo o que vivemos a fim de aprendermos a viver como Ele viveu. Assim, nossa vida será cada vez mais configurada ao “programa” delineado nas Bem-Aventuranças(Mt 5,1-12a): contrárias ao espírito do mundo, elas nos revelam o modo de vida dos santos, o modo de sermos santos como Pai é santo!

    Nesta Solenidade somos vocacionados à santidade, somos convidados a procurar a face do Pai e esperar nele com o coração íntegro. Acolhendo a proposta das bem-aventuranças formemos comunhão com a multidão dos que já foram glorificados com Cristo, Amém! Santos de Deus, vinde em meu auxílio, anjos do Senhor correi ao nosso encontro!

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