Sexto domingo da Páscoa

    A Igreja é a comunidade daqueles que creem em Jesus, por isso, estamos convencidos de que, no final dos tempos, a humanidade se converterá nesta cidade de que nos fala a segunda leitura deste domingo. É uma visão maravilhosa: a humanidade morando numa cidade cheia de luz, cercada por uma muralha que está aberta a todos os caminhos, a todos os povos. Na cidade, não há templo, simplesmente porque não é necessário. Seu templo é o próprio Deus, que vive no meio dela. Também não é necessária iluminação alguma, nem sol e nem lua porque a glória do Senhor é a luz que ilumina todos os que vivem na cidade. Parece um sonho.
    No entanto, esse sonho não é ainda realidade. A realidade da nossa comunidade cristã é outra. Não temos toda essa luz. Andamos às tontas. Às vezes há conflitos. Não sabemos exatamente como e nem para onde nos dirigimos. Não temos idéias claras. Surgem discussões. Nascem as divisões. Fazemos mal uns aos outros. Precisamos nos reconciliar. Até necessitamos de templos para sentirmos mais viva a presença de Deus.
    Assim sempre foi a história da Igreja, porque estamos a caminho. Poderíamos dizer que estamos no processo de construção daquela cidade tão bonita da qual nos fala a segunda leitura(Cf. Ap 21,10-14.22-23). Ainda estamos lançando os fundamentos. Desta forma, podemos descrever a história da Igreja. Desde o princípio, os fieis se esforçaram para construir, aqui e agora, essa linda cidade a que seremos todos chamados a viver algum dia. Essa construção não é realizada sem conflitos. É normal. O que devemos saber como cristãos é que os conflitos apenas podem ser resolvidos por meio do diálogo, da compreensão, do amor e da reconciliação.
    A leitura dos Atos dos Apóstolos(Cf. At 15,1-2.22-29) nos fala de um dos primeiros conflitos que surgiram na Igreja, já em tempos de Pedro e Paulo. Mas essa situação nos mostra como, desde o início, a Igreja resolveu esses problemas graças ao diálogo.
    No entanto, para dialogar, é necessário aprofundar, Cada vez mais, nossa fé e nosso amor por Jesus. Mantendo essa relação profunda com Jesus, teremos em nosso coração a sua paz. Essa paz Noé permitirá passar por todos os conflitos, buscando sempre, não nosso interesse egoísta, mas o bem da comunidade, de nossa família ou de nossa sociedade. Essa paz, a paz de Jesus nos permitirá dialogar com nossos irmãos e irmãs, buscando a verdade. Com fé no amor de Jesus, com a sua paz dentro do coração, construiremos, juntos, a cidade de Deus, onde todos nós nos sentiremos em casa junto ao nosso Pai.

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