Seitas e a desconstrução da fé cristã

    Padre  Luis Santamaría del Rio, padre católico espanhol, membro fundador de RIES e especialista no tema seitas e Nova Era. É também consultor da Comissão Episcopal de Relações Interconfessionais da Conferência Episcopal Espanhola, membro da Sociedade Espanhola de Ciências das Religiões (SECR), da Academia Americana de Religião (AAR) e da Sociedade Internacional para o Estudo das Novas Religiões (ISSNR).
    O Pe. Luis Santamaria,  especialista em fenômenos esotéricos e membro do Estudo Ibero-americana Rede de Seitas (RIES), destaca o desafio cultural para a Igreja. A Igreja vê as seitas como um desafio cultural, como sabemos que os seres humanos são religiosos por natureza. Se essa nostalgia do sagrado que está na pessoa não é preenchida com uma experiência religiosa saudável, entrar experiências patológicas. Devemos perguntar por que há pessoas que não aceitam nossa evangelização e a mensagem de movimentos sectários. É muito importante a formação, catequese e experiência de Deus em oração. As comunidades devem ser verdadeiras famílias, onde a vida é compartilhada e não só vão à igreja no domingo. A superstição nos leva para longe de Deus e leva a atalhos perigosos. E seitas, grupos autónomos que se sobrepõem a liberdade. Entre os jovens espanhóis são mais pessoas que acreditam em reencarnação do que na ressurreição. Devemos tomar cuidado: há uma seita para cada tipo de pessoa.
    Cerca de 400.000 pessoas na Espanha estão ligadas a movimentos sectários. As  Testemunhas de Jeová, que são mais de 100.000 na Espanha (1).
    As seitas tem crescido muito na terra de Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, Santo Inácio de Loyola e São José de Anchieta.
    Um aspecto pouco abordado diz respeito à invasão de seitas no Brasil e demais países da América Latina graças a uma suposta tutela da CIA, o serviço de inteligência dos EUA. O compromisso das seitas seria, filiando-se a interesse de grupos privados, infligir uma ação alienante frente ao social de modo a evitar uma revolta organizada das populações pobres brasileiras, o que poria em risco seus projetos capitalistas de dominação. Depois de terem se consolidado e cumprido sua missão inicial, ou seja, afastar da população a ideia de uma participação social e política consciente, foram deixadas á própria sorte, nas mãos de seus líderes locais, que trataram de explorar o filão que envolvia vultosas somas de dinheiro, doadas pelos fiéis. A capa moderna que vestem faz parecerem contemporâneas. É um equívoco. Do ponto de vista teológico, as seitas que aí estão nada modificam ou acrescentam ao que já conhecemos historicamente (2).
    Pastor diz que Beyoncé doou “milhões de dólares” para missões e projetos sociais: “Tem sido útil ao nosso ministério”
    A cantora pop Beyoncé, que recentemente gravou uma música gospel com sua antiga companheira de Destiny’s Child, seria uma cristã fiel e dizimista, segundo o pastor Rudy Rasmus. O líder da megaigreja St. John’s Downtown, na cidade de Houston, no Texas, foi o responsável pela celebração da cerimônia de casamento de Beyoncé e o rapper Jay-Z em 2008. “Ela tem um alcance global e está fazendo um trabalho incrível. Estou feliz por tê-la como amiga”, disse Rasmus.
    Segundo o pastor, Beyoncé começou seu envolvimento com a música no coral da igreja, e ao longo do tempo, a cantora e os demais membros da família Knowles sempre contribuíram com os trabalhos missionários e sociais da igreja, doando “milhões de dólares”. Após o sucesso em sua carreira secular, a cantora enfrentou acusações de envolvimento com a organização secreta Iluminatti e até de manter um affair com o presidente Barack Obama. Mais recentemente, Beyoncé se tornou o alvo de adoração de um grupo de Atlanta, no estado norte-americano da Geórgia, que divulga o “beyism” e cultua a cantora como uma “deusa encarnada” (2).
    Muitos artistas americanos, como milionários, muitos deles sem ética e sem compromissos com a fé cristã, mas de procedência da cultura protestante, doam dízimos e ofertas para igrejas evangélicas. São essas doações que fazem proliferar o proselitismo de muitas igrejas protestantes, principalmente as pentecostais e neopentecostais no mundo inteiro.
    As seitas crescem numa colossal desconstrução da fé ortodoxa. Todo empreendimento no seu triunfal esquema de divisão, heresias, escravidão dos sectários, escândalos e sem nenhuma ética, tudo pelo poder politico, religioso e econômico. O império das seitas é uma terrível ameaça à justiça social, a consciência política libertadora, a unidade do cristianismo e a fraternidade universal.

    Pe. Inácio José do Vale
    Professor e conferencista
    Sociólogo em Ciência da Religião
    Irmãozinho da Fraternidade da Visitação de Charles de Foucauld
    E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com

    Notas:
    (1)http://infocatolica.com/?t=noticia&cod=27450&utm_medium=ic&utm_source=blog&utm_campaign=noticia
    (2)https://megaarquivo.com/2010/11/29/o-crescimento-das-seitas-religiosas/
    (3)https://noticias.gospelmais.com.br/pastor-beyonce-doou-milhoes-dolares-missoes-69030.html

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