Seguir a Jesus

    No décimo segundo domingo do Tempo Comum o texto de Lc. 9, l9-26, conhecido como “profissão de fé de Pedro”, seguido do anúncio da paixão, morte e ressurreição, é a sequência do relato da confissão de Herodes que, ouvindo falar de Jesus, não pode conhecer sua verdadeira identidade; e do relato da multiplicação dos pães, em que Jesus alimenta uma multidão de uns cinco mil homens. A dupla pergunta posta aos discípulos revela a preocupação de Jesus de que sua missão e a sua verdadeira identidade não esteja sendo compreendidas. O autor do quarto evangelho apresenta esta preocupação de modo claro: “Vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comestes e ficastes saciados.”
    Na primeira parte do texto, há uma dupla pergunta: “Quem dizem as multidões que eu sou” e “Quem dizeis que eu sou”. A resposta acerca da opinião da multidão confirma a suspeita de incompreensão. Mesmo que a pessoa de Jesus suscite perguntas e provoque a opinião das pessoas, a multidão continua voltada para o passado de Israel, incapaz de perceber e reconhecer a irrupção da visita de Deus. É a vez de os discípulos se engajarem na resposta à pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?” A resposta é mais importante para os discípulos do que para Jesus. Dela dependerá a adesão ou não ao Senhor. Pedro, como porta-voz de todos os demais, toma a iniciativa: “O Cristo de Deus”. Isto significa: o Messias prometido e esperado, aquele que é habitado pelo Espírito Santo. Jesus impede os discípulos de divulgarem aquilo que Pedro acaba de proclamar. Isto porque será preciso esclarecer de que Messias se trata; talvez o Messias que Jesus é não seja exatamente o que os próprios discípulos pensavam ter encontrado. Mas, também, é verdade que cada um deve dar a sua resposta. É neste ponto que Jesus anuncia, pela primeira vez no evangelho segundo Lucas, sua paixão, morte e ressurreição. Este anúncio tem conseqüências para os Doze, como para todos os discípulos. Em primeiro lugar, eles devem se distanciar da opinião da multidão e se engajarem na fé, na verdadeira missão de serviço e não, de poder. Em segundo lugar, o caminho de Jesus passa a ser o caminho necessário de todos os que aderem, pela fé, e livremente, a sua pessoa: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo…” A cruz passa a fazer parte da vida do discípulo. E a forma de superar todo egoísmo que fecha a pessoa sobre si mesma. Paradoxalmente, a vida é ganha na entrega sem reservas: “… quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á, e quem perder sua vida por causa de mim salvá-la-á”

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