São Tarcísio e o ministério dos coroinhas

    Celebramos, no dia 15 de agosto, a memória litúrgica de São Tarcísio, patrono dos coroinhas e servidores do altar. Dentro da perspectiva do mês vocacional, em que celebramos diversas vocações, como a sacerdotal, paterna, religiosa, vida consagrada e catequistas, os coroinhas e servidores do altar também têm um dia dedicado a eles.

    A vocação para ser coroinha surge no seio da família, por isso, é importante a família ir à Santa Missa com os seus filhos desde pequenos, pois vão tomando gosto e se interessando pela celebração da Missa e por tudo que a envolve. Querendo ser coroinha, os pais dessas crianças devem incentivar para que sejam, pois é um ministério muito bonito dentro da Igreja.

    É da vocação a coroinha, acólito ou cerimoniário que desperta nos jovens a vocação à vida consagrada, sacerdotal ou religiosa. É claro que também podem surgir bons pais e mães de família, bons catequistas e futuros ministros do altar. Do grupo dos coroinhas e cerimoniários, surgem grandes amizades e, inclusive, depois formam o grupo de jovens, por isso deixe seu filho(a), afilhado(a) ou neto(a) ser coroinha, pois aumentará o laço de amizades com o mesmo pensamento.

    Não tem uma idade certa para começar ser coroinha, mas recomenda-se que seja a partir dos seis anos de idade, ou quando a criança tiver uma certa maturidade para se comportar bem distante dos pais, no presbitério. Do mesmo modo que não tem idade para começar a ser coroinha, também não tem idade para deixar de ser. Normalmente, existem degraus, ou seja, inicia-se como coroinha, depois de uns três ou quatro anos se torna cerimoniário e, depois, acólito.

    A Igreja tem um carinho especial pela família e os filhos serão a continuidade dessa família no futuro. Os filhos que hoje são coroinhas poderão ser os padres, ministros extraordinários da Comunhão Eucarística, ministros da Palavra, catequistas ou coordenador do grupo de jovens de amanhã. Por isso, é tão importante os pais irem com seus filhos na Igreja desde bebês, para que possam ir tomando gosto pela celebração e pelo ambiente. A família é a Igreja doméstica. As crianças são as criaturas prediletas de Deus, deixemos elas irem ao encontro do Senhor.

    São Tarcísio é o patrono de todos os coroinhas, cerimoniários e acólitos, tanto que em diversas paróquias o grupo de coroinhas recebe o título de São Tarcísio, por ter o santo como padroeiro. Os coroinhas, cerimoniários e acólitos devem guardar a fé e ter amor pela Igreja do mesmo modo que São Tarcísio. Devem cuidar para seguir retamente no caminho de Deus, cuidar de suas vestimentas e ter um comportamento adequado na Igreja e fora dela. O bom comportamento conta muito para que uma criança ou jovem seja coroinha, acólito e cerimoniário.

     O coroinha tem que tirar notas boas na escola, ser obediente aos pais e mais velhos, cuidar de sua veste deixando sempre limpa e passada e cuidar de suas amizades fora da igreja. O coroinha, cerimoniário e acólito devem ter, sobretudo, fé, acreditar em Deus, ter devoção em Nossa Senhora e, claro, centrar sua vida em Jesus Eucarístico. Devem acreditar que pelo poder da fé tudo se transforma, e que estão ali atendendo ao chamando feito por Jesus. O coroinha também não deve se achar melhor do que os outros que não são, deve servir ao seu ministério de forma gratuita e com alegria.

    São Tarcísio foi um mártir da Igreja dos primeiros séculos da era cristã, como já foi dito, ele morreu defendendo a fé em Cristo e na Igreja, do mesmo modo que muitos mártires dos primeiros séculos da era cristã, e Tarcísio ainda era coroinha o que revoltava algumas pessoas. Ele foi vítima de perseguição do império romano, mediada pelo imperador Valeriano.

    Tarcísio residia em Roma, na Itália. A Igreja de Roma contava com 50 sacerdotes, sete diáconos, e mais ou menos 50 mil fiéis no centro da cidade imperial. Ele era um dos integrantes dessa Igreja, localizada em Roma, quase toda dizimada por causa da fúria do Imperador.

    Tarcísio era acólito do Papa Sisto II, ou seja, era coroinha na Igreja, servindo ao altar, e acompanhando o Santo Padre nas celebrações Eucarísticas. Durante o período das perseguições aos cristãos, eles eram presos, processados e condenados a morrer pelo martírio. Na prisão, eles desejavam receber nem que fosse pela última vez a Eucaristia. Mas isso era impossível, pois os guardas não deixavam ninguém passar. Em uma das tentativas, dois diáconos reconhecidos como cristãos, Felicíssimo e Agapito, foram sacrificados. O Papa Sisto II desejava levar a comunhão a mais um grupo de mártires que esperavam a execução, mas não sabia como.

    Tarcísio toma a iniciativa e pede ao Santo Padre a permissão para que ele possa tentar, pois não entregaria as hóstias a nenhum pagão. Ele tinha 12 anos de idade, o Papa sensibilizado com o pedido de Tarcísio concede a permissão para que ele fosse, colocou as hóstias em uma caixinha de prata e as abençoou. Mas Tarcísio não conseguiu chegar à cadeia, foi identificado como cristão, e como se recusou a entregar o que portava, foi abatido e apedrejado até morrer. Depois de morto, foi revistado e nada acharam do sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que o levou às catacumbas, onde foi sepultado.

    Tarcísio foi, primeiramente, sepultado junto com o Papa Stefano, nas catacumbas de Calisto, em Roma. No ano 767, o Papa Paulo I determinou que seu corpo fosse transferido para o Vaticano, para a basílica de São Silvestre, e colocado ao lado dos outros mártires. Mas em 1596, seu corpo foi transferido e colocado definitivamente embaixo do altar principal daquela mesma basílica.

    Celebremos com alegria a memória litúrgica de São Tarcísio e rezemos por todos os coroinhas, cerimoniários e acólitos, e por todos os servidores do altar. Que essas crianças e jovens tenham no coração o mesmo amor e respeito que São Tarcísio tinha pelas coisas de Deus. Que a Virgem da Assunção ilumine todos os servidores do altar, nesse dia dedicado a ela.

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