Sacerdotes felizes que esperam só no Senhor!

    A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro recebe no seu presbitério ganha 20 novos presbíteros na missa que presidi no dia 07 de dezembro na Catedral Metropolitana. A turma de 2019 tem como lema: “Felizes são aqueles que esperam no Senhor!” (Is 30,18).

    Foram ordenados os Reverendos Padre Adeilto Custódio de Lima, Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe – Complexo do Alemão; Padre Adriano Marques da Costa, Paróquia São Rafael Arcanjo – Vista Alegre; Padre Alex Fonseca Chagas, Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem – Rocinha; Padre Bruno Diego Cortes do Espírito Santo, Paróquia Santa Rita de Cássia – Campo Grande; Padre Cleyton da Silva de Oliveira, Paróquia Cristo Operário e Santo Cura D’Ars – Vila Kennedy; Padre Douglas Renato Oliveira Navarro, Paróquia São José Operário – Ilha do Governador; Padre Fábio Apolinario Escobar, Paróquia São Judas Tadeu – Belford Roxo; Padre Fabio Gonçalves Rodrigues, Paróquia Cristo Operário e Santo Cura D’Ars – Vila Kennedy; Padre Fernando Freire da Silva Paróquia Santo André Apóstolo – São Cristóvão; Padre Fernando Henrique Cardoso da Silva, Paróquia São Francisco Xavier – Tijuca; Padre Iago Deodato Abreu, Paróquia São Sebastião – Olaria; Padre Jackson Tavares de Figueiredo, Paróquia Santo André – São Cristóvão; Padre José Milton da Conceição Gomes Cardoso, Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Realengo; Padre Marcos Vinicius Alves Cirino, Paróquia Santa Barbara e Santa Cecília – Vigário Geral; Padre Matheus Muniz de Aquino, Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima e Santo Antônio de Lisboa – Taquara; Padre Nilton Ferreira de Oliveira, Paróquia Sagrada Família – Nova Holanda – Maré; Padre Rafael Martins de Oliveira Mendes Gomes, Paróquia São Januário e Santo Agostinho – São Cristóvão; Padre Renan Pereira da Silva, Paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião – Engenho de Dentro; Padre João Lucio Fernandes dos Reis, Paróquia São Benedito – Santa Cruz e Padre José Guilherme Carvalho de Souza, Paroquia Nossa Senhora de Fátima Rainha de Todos os Santos – Meier. Como podemos notar, os novos sacerdotes provêm de todas as situações e regiões de nossa arquidiocese presente nesta grande metrópole. Agora foram enviados com suas provisões para várias regiões da cidade assim como também em missões fora de nossa arquidiocese nesse chamado para sermos uma igreja em saída.

    Cabe, no dia da ordenação de 20 novos padres para a Arquidiocese, a nossa mensagem de como deve ser o exercício do ministério sacerdotal, em uma sociedade multifacetada e líquida como a que vivemos. Em primeiro lugar a oração. O sacerdote é um homem de oração, por isso vocês bem escolheram como lema de seu ministério: “Felizes são aqueles que esperam no Senhor!” (Is 30,18). A esperança em Deus vem da oração. O Catecismo da Igreja Católica ensina que: “O ato de fé só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo. Mas não é menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não é contrário nem à liberdade nem à inteligência do homem” (Cf. CIC n. 154). Esperança no Senhor forjada na oração diária para enfrentar os desafios da evangelização da grande cidade. A esperança forjada na oração autêntica é uma aposta de vida que é como que um êxodo, ou seja um sair de nós mesmos, das nossas seguranças, dos nossos esquemas mentais, para nos confiarmos à ação de Deus que nos indica o seu caminho para alcançar a liberdade verdadeira, a nossa identidade humana, a alegria do coração, a paz com todos.

    O Papa Francisco lembrou que o padre é um homem que exerce sua missão 24 horas por dia. Ensina o Papa Francisco que “O padre é o homem do dom, do dom de si, todos os dias, sem férias e sem pausa. Porque a nossa, queridos sacerdotes, não é uma profissão, mas uma doação; não é um trabalho, mas uma missão.” Além de ser o homem do dom, o sacerdote é também o homem do perdão. O padre não carrega rancores, ele é o portador da paz de Jesus lá onde há divisão e animosidade”.(cf. https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-09/papa-francisco-palermo-encontro-clero.html, último acesso em 07 de dezembro de 2019)

    O Padre é um homem do perdão, segundo o Papa: “Para Francisco, a “academia” onde treinar o perdão é primeiro o seminário e, depois, o presbitério. Para os consagrados, a “academia” é a comunidade. Ali deve ser alimentado o desejo de unir e não de dividir.” (cf. https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-09/papa-francisco-palermo-encontro-clero.html, último acesso em 07 de dezembro de 2019).

    O Padre não é um fofoqueiro, como adverte o Papa Francisco: “Fofocar não é um “pecadinho que todos cometem”, é negar a “nossa identidade de sacerdotes e de consagrados”. Portanto, vida e liturgia não podem caminhar em plataformas diferentes. “O sacerdote é homem de Deus 24 horas por dia, não homem do sagrado quando veste os paramentos. A liturgia seja para vocês vida, não somente rito.” O Pontífice insistiu sobre a importância de se confessar e, sobretudo, de perdoar. “Isso é muito importante para mim nesta Igreja tão ferida, que parece um hospital de campanha.” (cf. https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-09/papa-francisco-palermo-encontro-clero.html, último acesso em 07 de dezembro de 2019)

    O Padre é um homem da proximidade e da presença com o povo de Deus: “Francisco propôs aos sacerdotes a conjugação do verbo acompanhar, sendo ícones vivos de proximidade: pobres de bens, mas ricos de relações. Deve-se aprender com Padre Pino a rejeitar toda espiritualidade desencarnada e sujar as mãos com os problemas das pessoas. Por isso, é preciso testemunhar. “As pessoas buscam isso no sacerdote e nos consagrados. O escândalo das pessoas é quando veem no padre um funcionário, e não um pastor. A vida fala mais do que as palavras. O testemunho é contagiante. A Igreja não está acima do mundo, mas dentro dele”, concluiu o Papa, pedindo que seja banida toda forma de clericalismo, “uma das perversões mais difíceis de se combater hoje”. (https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-09/papa-francisco-palermo-encontro-clero.html, último acesso em 06 de dezembro de 2019)

    O Senhor envia os presbíteros para a missão confiando-lhes encargos diante das necessidades das pessoas que estavam como ovelhas sem pastor. No evangelho proclamado hoje na missa da ordenação, Jesus pede que supliquemos ao dono da messe que mande operários para a colheita e envia os doze para que manifestem a compaixão do Senhor com obras e palavras, dando gratuitamente o que receberam também gratuitamente. Neste tempo de graça em que pedimos ao Senhor que venha, precisamos suplicar a Ele que envie operários para os nossos dias, homens que sejam sacerdotes autênticos e santos, vivendo com a totalidade de suas vidas anunciem e testemunhem Sua presença em nosso meio, que com gratuidade e generosidade possam servir e amar a seus irmãos fazendo-os participantes da sua graça, sem medir esforços, sem temer as incompreensões e gastando a sua via na santificação do povo de Deus.

    Meu último apelo aos novos sacerdotes é um testemunho de unidade (que sejam um), como ação de graças pelos meus 45 anos de ministério comemorados neste dia, é que os senhores promovam a cultura do encontro, como pede o Papa Francisco: “Chamados a promover a cultura do encontro. Em muitos ambientes, infelizmente, ganhou espaço a cultura da exclusão, a “cultura do descartável” onde não há lugar para o idoso, nem para o filho indesejado; não há tempo para se deter com o pobre caído à margem da estrada. Às vezes parece que, para alguns, as relações humanas sejam regidas por dois “dogmas” modernos: eficiência e pragmatismo. Somos chamados a ter coragem de ir contra a corrente. Não renunciemos a este dom de Deus: a única família dos seus filhos. O encontro e o acolhimento de todos, a solidariedade e a fraternidade são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana”. (cf. https://www.padrereginaldomanzotti.org.br/artigo/homilia-do-papa-francisco-na-missa-com-os-bispos-padre-religiosos-e-seminaristas/, último acesso em 06 de dezembro de 2019)

    Muito obrigado pela generosidade das 20 famílias que doam seus filhos para santificar o povo de Deus. Graças sejam dadas ao trabalho árduo e bonito do Seminário São José. Agradeço aos reitores e formadores. Deus seja louvado pelos muitos frutos do Ano Vocacional Arquidiocesano. Benditos os homens e benditas as mulheres que rezando e trabalhando na OVS ajudam a formar novos presbíteros. Agradecidos a Deus pelos novos 20 padres em nosso presbitério; louvando e bendizendo a Deus que na minha pobreza, nestes 45 anos, me colocou como instrumento da construção da unidade, para que todos sejam um; elevando uma prece agradecida ao meu amado bispo de São João da Boa Vista, Dom Tomas Vaquero (cujo processo de beatificação está para se iniciar), que me impôs as suas abençoadas mãos, convido a todos a rezarem, cada vez mais, pelas vocações sacerdotais e religiosas em nossa Arquidiocese.

    A oração, as obras e os gestos dos mais variados gêneros que a Igreja faz com suas múltiplas iniciativas, perderiam as suas fecundidades salvíficas se viessem sem a celebração do Sacrifício de Cristo. Que a Palavra de Deus, os sacramentos, a oração cotidiana da Liturgia das horas ilumine todas as suas vidas. E quando o peso da cruz se tornar um fardo ainda mais pesado, saibam que aquela será a hora mais preciosa para vocês, jovens sacerdotes, e para as pessoas a vocês confiadas: renovando com fé e com amor o seu sim, com ajuda de Deus eu quero, vocês cooperarão com Cristo, Sumo Sacerdote e Bom Pastor, a apascentar seu rebanho – talvez aquela que estava perdida, mas pela qual se faz grande festa no Céu. Que Santo Ambrósio, bispo e doutor da Igreja, memória que hoje é celebrada nesta data, homem do desprendimento e da acolhida, os inspire, como Maria Santíssima, a Virgem Imaculada, cuja solenidade iremos celebrar amanhã, a pedir a sua proteção para que o ministério de vocês seja manifestação da graça de Deus em favor da santificação do mundo!

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