Iniciamos neste Domingo a 24º semana do Tempo Comum aos poucos nos aproximamos do fim de mais um ano litúrgico e acompanhamos Jesus anunciando e instaurando o Reino de Deus aqui na Terra como era a vontade do Pai. Um reino de amor, justiça, paz e perdão como poderemos observar na liturgia de hoje, neste mês da Bíblia e do Jubileu da Terra.
Realizamos neste final de semana a coleta para os lugares Santos, ou seja, a coleta da missa é destinada aos locais Santos espalhados pela Terra Santa administrados pela Igreja. Precisa manter esses locais e eles são mantidos com a ajuda dos fiéis católicos espalhados pelo Mundo, para que a Igreja continue a sua missão evangelizadora. É a coleta da sexta-feira santa que não foi realizada no dia e que o Papa Francisco transferiu para o domingo próximo da festa da exaltação da Santa Cruz.
A liturgia deste domingo nos fala do perdão que recebemos de Deus e esse perdão que eu recebo d’Ele devo transmitir ao meu irmão. Que possamos nos perdoar mutuamente assim como Deus nos perdoa. O mal da humanidade muitas vezes é a falta de perdão. Se quisermos construir um mundo melhor devemos começar praticando o amor misericordioso que vem de Deus uns para com os outros. Só teremos paz no mundo quando as pessoas se abrirem ao perdão e por consequência ao amor de Deus que é fruto desse perdão.
A primeira leitura (Eclo 27,33-28,9) nos ensina que devemos aprender a perdoar os nossos semelhantes, que não devemos guardar mágoas ou rancor no coração. Essas são atitudes detestáveis aos olhos de Deus e até o pecador procura dominar essas práticas. Não devemos guardar em nós sentimento de vingança, se assim fizermos, Deus fará igual conosco. Deus nunca se vinga de um pecador, pelo contrário ele espera que este mude de conduta e o busque de coração sincero.
O Salmo Responsorial (102/103) nos ajuda a refletir na bondade de Deus e o quão ele é compassivo para conosco. O salmista glorifica a Deus e o exalta por todas as suas maravilhas e benefícios que nos concede, sobretudo o perdão.
A segunda leitura (Rm 14,7-9) exalta o poderio do Senhor e que nós vivemos e morremos para Ele, ou seja, vivos ou mortos pertencemos ao Senhor. Ele nos deu a vida e somente ele poderá tirá-la. E mesmo após essa vida terrena pertenceremos ao Senhor eternamente.
O Evangelho (Mt 18,21-35) vem de encontro a primeira leitura e Jesus dá uma grande lição aos discípulos sobre o perdão de Deus e consequentemente o perdão que demos praticar com o nosso semelhante. O Evangelho inicia com Pedro indagando a Jesus sobre quantas vezes deveria perdoar se o seu irmão pecasse contra ele. Até sete vezes? E Jesus diz não te digo até sete vezes, mas setenta vezes sete. Com isso Jesus quer dizer que o perdão de Deus é infinito e nos perdoa toda vez que pecamos e assim devemos agir com o nosso próximo toda vez que ele cometer uma falta conosco.
Jesus conta uma parábola aos discípulos relatando a história de um homem que devia uma alta quantia de dinheiro ao seu patrão e antes que o patrão lhe mandasse para a cadeia junto com toda a sua família ele cai aos pés desse patrão e pede que toda a sua dívida seja perdoada e o patrão atende o pedido do empregado e lhe perdoa toda a dívida.
Mas esse empregado depois encontra um amigo que lhe devia uma pequena quantia e o ameaça mandar para cadeia caso não pagasse, o amigo desse empregado pede um prazo que lhe pagaria tudo. Mas o empregado não quis saber e manda esse seu amigo para a cadeia.
Os amigos desse empregado ficam muito tristes e relatam isso ao patrão, o patrão por sua vez fica furioso e diz ao empregado que ele devia ter agido com a mesma misericórdia que o patrão teve com ele para com seu amigo, e o manda para cadeia.
Com isso Jesus quer dizer que é assim que Deus agirá conosco caso não perdoemos de coração os nossos semelhantes. Se nós queremos receber o perdão, também devemos dar o perdão. E se queremos receber o perdão de Deus, devemos agir da mesma maneira com nosso semelhante.
Jesus nos ensina o caminho do amor e do perdão para que possamos agir com nossos semelhantes da mesma maneira que Ele age conosco. Que não guardemos no coração aquilo que porventura alguém fez de mal a nós. Deus nos conceda a graça que devemos pedir cotidianamente para que procuremos rezar pela pessoa que fez o mal e pedindo que intervenha na vida dela para que ela mude suas atitudes e procuremos estar em paz com Deus, por meio do sacramento da confissão, buscando sempre o seu amor e a sua misericórdia que são infinitas.
Que a Virgem Maria, Senhora das Dores, que iremos celebrar no próximo dia 15 de setembro, nos auxilie nesse caminho de sempre estar dispostos a fazer a vontade de Deus e ela nos direcione para o caminho do amor. Enquanto o mundo gira a Cruz permanece de pé! Vamos exercitar o perdão!