Papa Francisco: O Natal é a festa do amor

Na audiência geral do dia 23 de dezembro, o Papa Francisco destacou que “o Natal é a festa do Amor encarnado, do amor nascido por nós em Jesus Cristo” porque Ele é a luz que “dá sentido à existência humana”.

“O Natal é a festa do Amor encarnado, do amor nascido por nós em Jesus Cristo. Jesus Cristo é a luz dos homens que resplandece nas trevas, que dá sentido à existência humana e a toda a história”, disse o Papa.

Na sua catequese, o Santo Padre refletiu sobre a celebração do próximo Natal e recordou que “na Liturgia da Noite ressoará o anúncio do anjo aos pastores: ‘Não temais, eis que vos anuncio uma Boa Nova que será alegria para todo o povo: hoje nasceu-vos na Cidade de David um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto servir-vos-á de sinal, achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura’”.

Nesse sentido, o Pontífice destacou que “imitando os pastores, também nós caminhamos espiritualmente para Belém, onde Maria deu à luz o Menino num estábulo, ‘pois – diz São Lucas – não havia para eles lugar na hospedaria’”.

“O Natal tornou-se uma festa universal e até quem não acredita sente o encanto deste evento. Contudo, os cristãos sabem que o Natal é um acontecimento decisivo, um fogo eterno que Deus acendeu no mundo, e não pode ser confundido com coisas efêmeras.”, advertiu o Papa.

Por isso, o Santo Padre sublinhou que é importante que o Natal “não seja reduzido a uma celebração meramente sentimental ou consumista” e mencionou que no domingo passado, durante a oração do Ângelus, destacou que “o consumismo sequestrou o Natal”.

Neste sentido, o Papa explicou que “o Natal não se deve reduzir a festa unicamente sentimental ou consumista, rica de prendas e bons votos, mas pobre de fé cristã, e pobre também de humanidade” e, portanto, “é necessário refrear uma certa mentalidade mundana, incapaz de compreender o núcleo incandescente da nossa fé, que é o seguinte: ‘E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, a glória que o Filho unigênito recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade’ – e acrescentou – “este é o núcleo do Natal, aliás: é a verdade do Natal, não há outra”.

Além disso, o Pontífice afirmou que “o Natal convida-nos a refletir, por um lado, sobre a dramaticidade da história, em que homens e mulheres, feridos pelo pecado, procuram incessantemente a verdade, vão em busca de misericórdia e de redenção; e, por outro, sobre a bondade de Deus, que veio ao nosso encontro para nos comunicar a Verdade que salva e para nos tornar participantes da sua amizade e da sua vida”.

Desta forma, o Santo Padre sublinhou que é “dom de graça, é pura graça, sem o nosso mérito” porque “recebemos este dom de graça através da simplicidade e da humanidade do Natal, e ele pode remover dos nossos corações e das nossas mentes o pessimismo que hoje se difundiu ainda mais por causa da pandemia”.

“Podemos superar esta sensação de desconcerto inquietador, sem nos deixarmos dominar pelas derrotas e fracassos, na consciência redescoberta de que aquele Menino humilde e pobre, escondido e indefeso, é o próprio Deus, que se fez homem para nós”, disse.

Em seguida, o Santo Padre citou o Concílio Vaticano II, numa passagem da Constituição Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo contemporâneo, que descreveu que o Natal é um acontecimento que diz respeito a cada um de nós: “Pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado”.

“Jesus é um de nós: Deus, em Jesus, é um de nós. Esta realidade dá-nos muita alegria e coragem. Deus não nos desprezou, não olhou para nós de longe, não passou ao nosso lado, não sentiu repulsa da nossa miséria, não se vestiu com um corpo aparente, mas assumiu plenamente a nossa natureza e condição humana. Nada excluiu, exceto o pecado: a única coisa que Ele não tem. Toda a humanidade está n’Ele. Ele assumiu tudo o que somos, tal como somos”, disse o Papa.

Meditar diante do presépio

Da mesma forma, o Santo Padre nos convidou a nos prepararmos para o Natal meditando “pouco em silêncio diante do presépio” porque “o presépio é uma catequese daquela realidade” e lembrou a carta que escreveu sobre o presépio “Admirabile signum”, “Sinal admirável”.

“Na escola de São Francisco de Assis, podemos tornar-nos um pouco crianças, permanecer em contemplação da cena da Natividade, deixando que renasça em nós a admiração da forma ‘maravilhosa’ como Deus quis vir ao mundo”, explicou.

Por isso, o Papa nos convidou a pedir “a graça da admiração: face a este mistério, a esta realidade tão terna, tão bela, tão próxima dos nossos corações, que o Senhor nos conceda a graça da admiração, para que O encontremos, para que nos aproximemos d’Ele, para que nos aproximemos de todos nós. Isto irá renascer em nós a ternura”.

“E hoje temos tanta necessidade de ternura, tanta necessidade de carícias humanas, face a tanta miséria”, reconheceu o Papa.

Por último, o Santo Padre sublinhou que “se a pandemia nos obrigou a estar mais distantes, Jesus, no presépio, mostra-nos o caminho da ternura para estarmos próximos, para sermos humanos”, por isso nos encorajou a seguir este caminho e desejou a todos “Feliz Natal!”

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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