Padre é ameaçado por acolher famílias expulsas de casa por milicianos

Padre Pedro Stepien é um sacerdote polonês que há 14 anos vive no Brasil, diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e que vem passando nos últimos meses por ameaças de milicianos do Rio de Janeiro por ter acolhido em Brasília seis famílias que foram expulsas de suas casas pela milícia. Mas, apesar de tudo, garante que não cederá às intimidações.

“Se eu abandono essas pessoas, traio Jesus Cristo, traio minha família, minha formação católica”, expressa o sacerdote.

As ameaças foram recebidas por meio de mensagens no WhatsApp e dizem respeito à segurança do próprio padre e das famílias, bem como sugerem risco de morte para ambos.

Em entrevista à ACI Digital, Pe. Stepien conta que, há um ano, conheceu por acaso nos corredores do Senado uma das famílias que foi expulsa por milicianos da chamada Liga da Justiça de um condomínio do programa do governo “Minha Casa, Minha Vida”, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Eles buscavam ajuda de parlamentares, o que não conseguiram.

O sacerdote, então, decidiu ajudar essas pessoas e, mais tarde, já estava com seis famílias na mesma situação. Durante cerca de seis meses, ficaram na casa do padre e depois com outros cristãos da região do Distrito Federal.

Até que começaram a chegar as ameaças e Pe. Stepein diz que teve que enviar as famílias para outros lugares. “Tive que mandá-las para três estados, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, para afastá-las do perigo. Agora, não sei onde estão, só temos contato por telefone. Elas mudam de local a cada 15 ou 20 dias”, revela.

A primeira ameaça dos milicianos foi recebida pelo padre no dia 24 de janeiro, a qual dizia: “Leia com bastante atenção, temos seu telefone celular, seu telefone de casa, zap [sic] do Roberto, telefone da Rosana e Carla grampeados. Nós lemos e ouvimos tudo o que vocês estão falando, estamos de olho em sua casa e desta vez viemos em mais soldados”.

Os milicianos ainda garantem que não serão presos. “Queremos apenas levar conosco Roberto e família, Rosana e Djanira e vamos levar. Sabemos que estão perto de sua Igreja. Roberto é muito inteligente, mas vai falhar. Estamos, a partir de agora, vigiando tudo”, afirmam.

Pedem, então, que o Padre informe como chegar nas casas onde as famílias estão e, com isso, dizem que “tudo termina rápido”. “Não subestime nossa inteligência. Polícia não vai adiantar, pois estamos de olho em tudo. Aguardo sua resposta e que ela seja positiva. Caso seja negativa, tomaremos outras providências”, acrescentam.

Por fim, os milicianos garantem: “Deputados e senadores nos devem muitos favores, então, não perca o seu e o nosso tempo”.

Com essas intimidações na chamada Liga da Justiça, Pe. Stepien disse que achou “conveniente colocar nas redes sociais”. Assim, após a Missa de Quarta-feira de Cinzas, em 10 de fevereiro, gravou um vídeo e colocou em seu Facebook.

Fonte: Acidigital

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