O ano de 2022 na dimensão litúrgica da Igreja no Brasil ficará marcado pela aprovação final e a entrega à Santa Sé da revisão da tradução da Terceira Edição Típica do Missal Romano. Na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia contribuiu nesse processo e desenvolveu outras ações no âmbito da Pastoral, da Música e do Espaço Litúrgicos.
Missal Romano
Processo levado a cabo pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), a tradução da Terceira Edição do Missal Romano foi concluída em 2019. E o processo final de revisão foi até 2021. Na etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB, neste ano, houve a aprovação final. Todo o processo até chegar a esse momento pode ser conferido aqui.
Neste mês de dezembro, o material foi apresentado ao secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, e enviado, na sequência, à Santa Sé, para a aprovação final. A entrega ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos foi no dia 15 de dezembro.
O bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão para a Liturgia, dom Edmar Peron, é também o presidente da Cetel. Coube a ele coordenar a etapa final do processo de tradução do missal e representar a CNBB na entrega do material à Santa Sé.
Dom Edmar contou que o Setor de Pastoral Litúrgica, assessorado pelo padre Leonardo Pinheiro, atuou junto com a Cetel acompanhando a tradução, e, nos últimos dois anos, com reuniões praticamente a cada semana, “num profundo processo de revisão”.
Reunião da Comissão
Após dois anos da primeira reunião, o segundo encontro presencial da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia neste quadriênio (2019-2023) foi realizado entre os dias 29 e 31 de março deste ano. Os três bispos e os três assessores da Comissão trataram de uma extensa pauta na sede da CNBB, em Brasília (DF), e tiveram um encontro na sede da Edições CNBB. A partir desses encontros foram definidos ações, propostas e encaminhamentos das iniciativas.
Uma das definições foi o encerramento da oferta do subsídio “Celebrar em família”. O material com o roteiro para celebração dominical da Palavra de Deus foi disponibilizado gratuitamente desde os primeiros meses da pandemia do novo coronavírus, continuando semanalmente por quase dois anos e três meses, até a última Solenidade de Pentecostes.
Do encontro com a editora da CNBB, além de encaminhamentos sobre o Missal Romano, tomou forma a atualização da página de Liturgia Diária, lançada no dia 1º de junho.
Música Litúrgica
No âmbito da Música Litúrgica, uma ação relevante foi a oferta de repertórios de músicas adequadas para festas e solenidades. Foram oferecidas sugestões de músicas para a Missa do Crisma; as Solenidade de Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi, Assunção de Nossa Senhora e de Todos os Santos; para as Festas da Natividade de Nossa Senhora, da Exaltação da Santa Cruz, dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael; além da Missa dos Fiéis Defuntos. A curadoria e articulação com músicos de todo o país foi feita pelo assessor, o irmão jesuíta Fernando Benedito Vieira.
O Setor também se ocupou, por exemplo, da preparação dos cantos que entrarão no missal, da articulação das melodias para as Orações Eucarísticas e da execução dos processos de escolha da letra e da música para a Campanha da Fraternidade.
Espaço Litúrgico
O perito do Setor Espaço Litúrgico, padre Thiago Faccini Paro, apresentou neste ano um texto sobre as vestes litúrgicas. O material deve servir, quando aprovado e publicado, como base de reflexão para ajudar a compreender as vestes litúrgicas dos ministros ordenados e dos ministérios leigos nas celebrações. Neste ano também foi elaborado um material que favoreça a aplicação do acordo da CNBB com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com a compreensão das orientações do órgão público e a explicação sobre os lugares das celebrações católicas pelo Brasil.
O setor também definiu a realização do 14º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS), em outubro do próximo ano. A escolha da identidade visual ocorreu durante uma reunião virtual da equipe de reflexão do Setor Espaço Litúrgico, em 12 de dezembro.
Outros destaques
O ano da Comissão para a Liturgia também foi marcado por despedidas e celebração da vida. No dia 19 de maio, faleceu o compositor Reginaldo Veloso, que fez parte do grupo de reflexão que contribui no Setor Música Litúrgica. Veloso era mestre em Teologia e História, escritor, compositor e especialista em liturgia.
Em 20 de junho, faleceu o padre Marcelino Sivinski, que atuou como secretário executivo dos Regionais Nordeste 1 e Sul 3 da CNBB e na assessoria da dimensão litúrgica no início do processo de revisão da tradução do Missal Romano.
Momento de celebração deu-se com o aniversário de 90 anos do padre José Weber, que há décadas acumula expressiva contribuição na música e na liturgia. Representada pelo assessor do Setor Música Litúrgica no concerto comemorativo, a CNBB manifestou, em nome de todos os bispos, “sua mais profunda gratidão pelo abnegado serviço” que padre José Weber vem prestando “na música litúrgica e em muitas áreas da ação evangelizadora”.
Marcaram ainda as ações da Comissão neste ano as diversas assessorias nos regionais e dioceses do Brasil, aprofundando temas como a carta apostólica Desiderio Desideravi, do Papa Francisco, sobre a formação litúrgica do povo de Deus.
A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB é presidida por dom Edmar Peron e os outros dois membros são dom Carlos Verzeletti, bispo de Castanhal (PA), e dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo de Pouso Alegre (MG).
