A grande iniciativa que mobilizou a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2022 foi a continuidade do processo de mobilização da 6ª Semana Social Brasil, num esforço que resultou no lançamento de materiais de comunicação como webséries de podcasts, subsídios e do seminário nacional, entre outros.
Escutar, falar, dialogar, aprender, mobilizar e construir coletivamente é a a proposta da 6ª Semana Social Brasileira (2020 – 2023), que traz como tema Mutirão pela Vida: por Terra, Teto e Trabalho e tem o objetivo da construir, de forma colaborativa, com as Pastorais e Movimentos Sociais o projeto popular “O Brasil que queremos: o Bem viver dos povos”.
Websérie “O Brasil que queremos”
A 6ª Semana Social Brasileira (SSB) lançou dia 10 de maio de 2022, o primeiro episódio da websérie “O Brasil que queremos”. Foram lançados quatro episódios, transmitidos pelas redes sociais da 6ª Semana Social Brasileira. #EP1 – O Brasil que temos, foi divulgado dia 10 de maio de 2022, com a reflexão da historiadora e professora na Escola Nacional Florestan Fernandes, Virginia Fontes, sobre o panorama do da história do Brasil e também os sinais de resistência populares. O #EP2 – O Brasil que queremos, que foi ao ar dia 17 de maio de 2022, com dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e secretário da Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dom Vicente contribuiu a partir dos questionamentos: “Quando falamos sobre o “Bem Viver dos Povos”, quais as rupturas e pontes que devem ser assumidas para este Brasil que queremos?
Seminário Nacional
De 2 a 4 de agosto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da sua Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora realizou, com o apoio da Misereor, o seminário nacional “O Brasil que Temos – rumo ao Projeto Popular, o Brasil que queremos: o bem viver dos povos”.
O encontro, que reuniu presencialmente lideranças dos 19 regionais da CNBB que atuam nas Pastorais Sociais e movimentos populares, integrou o processo da 6ª Semana Social Brasileira. No primeiro dia do evento, aconteceu o lançamento da Campanha Nacional Contra a Violência no Campo, no Conselho Nacional de Direitos Humanos, e também fará uma análise de conjuntura tendo como foco: “O Brasil que Temos: Terra, Teto e Trabalho”.
O seminário fez memória do processo das Semanas Sociais brasileiras e também sintetiou o acúmulo do processo vivenciado nos mutirões realizados nos estados e regionais, com ênfase para as dificuldades e desafios do caminho, com vistas a produzir “um acúmulo do Brasil que Temos e assim teremos força e elementos suficientes para construir o Brasil que Queremos”, sintetizou a Alessandra Miranda, pela coordenação executiva da 6ª Semana Social Brasileira.
Ofício Divino das Comunidades
O Ofício Divino das Comunidades é uma modalidade de inculturação, que adapta a tradição litúrgica romana, Liturgia das Horas, à realidade cultural e religiosa dos católicos brasileiros e latino-americanos. Com essa motivação a 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB) preparou o Ofício, a partir do tema que esta sexta edição da SSB trabalha que é Mutirão pela Vida: por Terra, Teto e Trabalho. O material visa favorecer e fortalecer o caminho espiritual das pessoas que atuam como agentes nas Pastorais Sociais, e de modo especial, na mobilização da 6ªSSB nos territórios. Os Ofícios podem ser usados nos encontros formativos, nas reuniões, nas celebrações com o povo. É para alimentar a fé e a profecia, no anúncio e na denúncia. É também para animar e encorajar à luta de quem vive sem terra, moradia e trabalho.
Sistematização do “Projeto Popular para o Brasil”
A organização da 6ª Semana Social Brasileira disponibilizou as orientações para a construção coletiva, participativa do Projeto Popular “O Brasil que queremos: o Bem Viver dos povos”. Organizada em cinco etapas, a mobilização tem o objetivo de “Sensibilizar a sociedade, articular forças sociais, mobilizar, potencializar e fortalecer as lutas por direitos a terra, teto e trabalho para intensificar processos de organização popular, com base nos eixos democracia, soberania e economia”. A mobilização vai partir das experiências de resistência popular nos regionais, das propostas ou rotas de mudança organizadas por eixos estruturais: Democracia, Economia e Soberania. Cada região do Brasil,vai preparar um momento para o debate na integração do “Brasil que temos e o Brasil que Queremos” e elaborar o Plano de ação para incidência política na grande região que possa engajar o povo em torno de iniciativas de incidência nas políticas públicas. No quarto passo, está previsto um grande mutirão de diálogo nacional com os movimentos populares em torno da construção do Projeto Popular como sugere o Papa Francisco. O quinto momento, prevê um encontro nacional para a construção, aprovação e adesão ao Plano Nacional de Incidência Política.
Outras iniciativas da Comissão
Pós-graduação Lato Sensu em Dimensão Social da fé
Gestado desde 2021, a Comissão para Ação Sociotransformadora da CNBB, a Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) e o Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (Cefep), em parceria com a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), estão provendo o curso de Pós-graduação Lato Sensu em Dimensão Social da fé na modalidade à distância. Com duração 245 participantes, um ano e meio de duração (carga horária de 360 horas/aula), o curso tem como patrono o Santo Oscar Romero.
Encantar a Política
Outra marca do trabalho da Comissão neste ano, foi a produção e articulação do projeto “Encantar a Política”, que contou com o lançamento de um caderno e de uma série de iniciativas de formação e capacitação dos leigos e leigas.
Um dos encontros foi aconteceu de 13 a 15 de maio, em Brasília (DF), com o “Seminário Encantar a Politica: Eleições Gerais 2022”. Participaram lideranças de todo o território nacional, com representações das cinco regiões do Brasil.
O projeto retoma questões centrais das encíclicas do Papa Francisco – Laudato Sí, Fratelli Tutti e da exortação pós-sinodal Evangelii Gaudium, que tratam, entre outros temas, da alegria do Evangelho, do cuidado com a casa comum (meio ambiente) e abordam a Política como decorrência ética do mandamento do amor.
Jornada Mundial dos Pobres
O Dia Mundial dos Pobres será realizado, este ano, no dia 13 de novembro de 2022. Com isso, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com as Pastorais Sociais e Organismos lançam o material para favorecer a preparação em forma de jornada para a vivência, convivência, reflexão e ação do VI Dia Mundial dos Pobres.
O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Valdeci Santos Mendes, reforçou que a Jornada Mundial dos Pobres leva a um compromisso com a vida.
O Papa Francisco em sua mensagem deste ano escolheu o texto bíblico para motivar a reflexão: “Jesus Cristo fez-se pobre por vós” (cf. 2 Cor 8, 9). A intenção com o convite – tomado do apóstolo Paulo – é manter o olhar fixo em Jesus, que, “sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza”. Já o tema escolhido pela Igreja do Brasil para animar esta VI Jornada é: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”, em consonância com a Campanha da Fraternidade 2023, que traz o tema “Fraternidade e fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).
Participação no 18º CEN
Com o tema “Pão em todas as mesas” e o lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46), as Pastorais Sociais e Organismos que fortalecem a presença da Igreja no Brasil por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora (Cepast) da CNBB tiveram programação especial no decorrer do 18º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que ocorreu de 11 a 15 de novembro de 2022, na arquidiocese de Olinda e Recife (PE). A participação das Pastorais Sociais e Organismos da CNBB no 18º CEN foi importante pela visibilidade às ações e defesa dos povos da cidade, do campo, da floresta e das águas que nos últimos anos constroem de forma coletiva os caminhos do bem viver. Foram organizadas exposições na feira do Congresso e rodas de conversa.
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