A máquina eleitoreira está criando um nó na cabeça dos eleitores, principalmente os analfabetos. A classe política criou 35 partidos e lançou, conforme dados do TSE, cerca de 28.216 candidatos, fatiando e leiloando os mandatos públicos, e, consequentemente, propiciando o cabide de emprego politico. Isso é um absurdo frente à nação brasileira e uma ofensa e escândalo para a democracia.
A população brasileira, mais que nunca está bem informada, pela avalanche de noticias e troca de opiniões pelas redes midiáticas. Mas infelizmente a grande massa está mal formada em termos de educação e construção da consciência critica politica. Os detentores do poder, mal intencionados, agem como predadores dessa massa desempregada e abandonada, que ficou jogada ao léu, relegada à miséria e endividada. Encurralaram os eleitores na arena das falsas promessas, para serem sacrificados vivos, sangrando aos poucos até a morte, e ainda e mesmo assim acreditando no messianismo idólatra desses poderosos, que, mesmo sob as malhas da justiça, respondendo a processos, são capazes de enfeitiçar os seus seguidores, mostrando toda a sua sede de poder e ganância pelo dinheiro, e, usando de manobras ilícitas e premiações de suborno, continuam por tempo indefinido no exercício de seus cargos públicos.
Vemos nesse cenário os candidatos e seus partidos fazendo alianças “toma-lá-dá-cá”, o fatiamento dos ministérios e secretarias, os favorecimentos ilícitos e a continuidade dessa situação de corrupção
A confusão perpetrada pela indústria dos marqueteiros políticos visa a deixar o eleitor anestesiado e perdido, fazendo-o esgotar-se até o extremo e fazendo dele um cidadão apático e convencido a desistir, pois, mal formado e totalmente desinformado desconhece o valor do seu voto livre e consciente. Essa apatia se traduz em seu comportamento como um sentimento de impotência e fracasso. Esse jogo acirrado de mentiras e manipulações o leva ao fatalismo doentio: acho que o Brasil não tem mais jeito, todos os políticos são corruptos, sempre foi assim e tudo terminará em pizza... e assim por diante.
Essa postura de fatalismo é irmã da indiferença. Abandonando o idealismo do “ser cidadão brasileiro”, o eleitor desiste de pensar e avaliar o seu direito sagrado que é o seu voto livre e consciente. Indefeso torna-se refém, caindo nas garras dos ditadores e afogando-se no lamaçal da corrupção, um mundo de desilusão e de decepção.
Mas agora nós, os eleitores, podemos dar um basta a esse estado de coisas, procurando exercer com consciência o sagrado direito de voto, banindo de uma vez por todas os maus candidatos. Agora é a hora de dizer não aos corruptos e às suas quadrilhas partidárias, manifestando nosso destemido voto de louvor à ética e à moralização da política. O Brasil precisa de nós. Antes de votar lembre-se de orar: Pai Nosso, o Brasil e nosso! Pare e pense: Verás que um filho teu não foge à luta.
Devemos neste momento histórico (e único, oportunidade que não devemos perder) procurar nos imbuirmos de espírito elevado e pensar grande. Buscar votar num líder que deverá lutar pelo bem comum.
E, para ajudar em nossas escolhas e fortalecer nossa convicção, vai aqui o pensamento desse nobre brasileiro, o nosso Rui Barbosa, ilustre político, com justiça apelidado “o Águia de Haia”.
De tanto ver triunfar as nulidades
De tanto ver prosperar a desonra
De tanto ver crescer a injustiça
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus
O homem chega a desanimar da virtude
A rir-se da honra
A ter vergonha de ser honesto.
Pe. Luiz Roberto Teixeira Di Lascio
Paroquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia
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