Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

             A Mãe Igreja cerca de especial amor e devoção a memória de todos os fiéis defuntos, oferecendo-lhes sufrágios. Na morte de seus filhos, a Igreja celebra o Mistério Pascal do Filho de Deus, centro de nossa fé. O dia de hoje é um convite à esperança, enquanto aguardamos – “até que ele venha” (1Cor 11,26) – a consumação do mistério redentor em nossas vidas, por meio de nossa associação ao mistério da vida e da morte de Cristo.

    Em comunhão com Deus, que enxuga nossas lágrimas, e com a Mãe Igreja, celebramos a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos para rezar pelos nossos falecidos e fortalecer nosso compromisso com a vida. No Senhor Ressuscitado confiamos e depositamos nossa esperança. Recordemos neste dia que somos herdeiros do Reino de Deus e que nossa existência terrena deve ser marcada pela vivência da misericórdia!

             A primeira leitura – Is 25-6-9 – mostra “o grande apocalipse de Isaías”, em que o profeta anuncia dias melhores para seu povo, após a catástrofe do exílio babilônico. O conteúdo desse anúncio é descrito por meio de três imagens: o grande banquete que o próprio Senhor preparará para todos os povos; a destruição definitiva da morte; o fim do sofrimento, com Deus enxugando as lágrimas e acabando com o luto e a tristeza do povo. Bonita mensagem para este dia de finados.

             A segunda leitura – Rm 8,14-23 – mostra que a boa-nova é que, pelo Espírito Santo, nós somos proclamados filhos e filhas amados pelo Pai. Essa realidade relativiza até o próprio sofrimento, o qual nem parece ser comparado com a glória que nos aguarda. A própria criação almeja participar desse destino do ser humano – cabendo-nos, para tanto, evitar que seja destruída pela ganância. Perceptível no texto é a dimensão cósmica e universal da revelação da glória de Deus.

             No Evangelho – Mt 25,31-46 – São Mateus conclui seu discurso escatológico com uma narrativa que ressalta o valor das obras de misericórdia, as quais nos defenderão no momento do julgamento final. Serão elas que vos alegrarão quando o Rei disser: “Vinde, benditos de meu Pai, e recebei como herança o Reino que meu Pai preparou para vós” Grande alegria para quem tiver vivido a fraternidade e a preocupação com o próximo mais necessitado.

             Santo Alberto Hurtado dizia: “Para o cristão, a morte não é a derrota, e sim a vitória: o momento de ver a Deus; a morte para encontrá-lo, a eternidade para possuí-la… A morte, para o cristão, não é o grande susto, e sim a grande esperança”. Neste dia de finados alimentemos essa esperança por meio da vivência da misericórdia, que o Senhor nos ensina!

             A Igreja hoje, convida-nos a rezar pelos nossos falecidos, na firme esperança de que desfrutem da vida eterna, contemplando a face de Deus. Este dia  nos lembra a fragilidade de nossa existência, que necessita de amor e cuidados. Em comunhão com aqueles que já partiram e a quem amamos, celebremos o Senhor, nossa luz e salvação. Na Comemoração dos Fiéis Defuntos, recordando aqueles que nos precederam neste mundo, agradecemos a Deus o dom da vida eterna, a perspectiva do tudo para sempre, que começamos a experimentar já aqui e esperamos que o Senhor da Vida plenifique. Apesar de nossas fraquezas e incoerências, no momento derradeiro sejamos agraciados com o convite: “Venham benditos de meu Pai”. Até lá, é este o tempo que temos para amar os menores dos irmãos de Jesus.

             Vamos aos cemitérios rezar pelos que nos precederam! Que os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz, Amém!

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