O Papa, os Bispos, os Sacerdotes e os diáconos

    Cadernos do Concílio – Volume 19

     Hoje nos debruçaremos no volume dezenove da coleção Cadernos do Concílio Vaticano II – publicação das Edições CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – que trata sobre a estrutura hierárquica da Igreja, ou seja, a Igreja é composta pelo Papa, (sucessor de Pedro), bispos (sucessores dos apóstolos), sacerdotes e diáconos.

    Jesus deu a Pedro a missão de governar a Igreja, quando Ele diz: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16, 13-20). Por isso, o Papa é sucessor de Pedro, pois ele recebeu a missão de levar adiante a Igreja. Podemos observar no livro de Atos dos Apóstolos a caminhada da Igreja primitiva, a Igreja guiada pelo Espírito Santo na qual Jesus soprou sobre os discípulos no dia de Pentecostes.

    Os demais apóstolos cooperaram com Pedro na missão de edificar essa Igreja, sobretudo Tiago e João, conforme lemos no livro de Atos dos Apóstolos. Os bispos são sucessores dos apóstolos, pois estão intimamente ligados ao colégio apostólico, e em sua sagração episcopal recebem a força do Espírito Santo, quando são ungidos na cabeça com o óleo do Crisma.

    Os bispos recebem em sua sagração episcopal a “plenitude do espírito Santo”, por isso, os bispos que presidem as celebrações da Crisma. Os bispos também transmitem aos sacerdotes no dia de sua ordenação a “força do Espírito Santo” para que após a ordenação tenham o poder de abençoar e santificar.

    O serviço diaconal é bem antigo na Igreja, desde o tempo apostólico, no início da Igreja primitiva. Podemos observar em Atos dos Apóstolos capítulo seis (At 6,1-7), quando os apóstolos consagram os diáconos para servirem as viúvas e as mesas para se dedicarem mais ao anúncio da Palavra. Era um grupo de sete homens, o número sete na Sagrada Escritura significa a perfeição ou totalidade, eram homens de boa reputação e benquistos por todos: os apóstolos impuseram-lhes as mãos e oraram por eles, transmitindo a eles os dons do Espírito Santo.

    Após essa “ordenação” ou consagração dos apóstolos ouvia-se falar muito bem a respeito desses diáconos, sobretudo de Estevão, cheio de graça e fortaleza fazia grandes sinais e milagres entre o povo. Estevão depois seria brutalmente martirizado, apedrejado: celebramos memória no dia vinte e seis de dezembro. Ele é denominado de protomártir, ou seja, primeiro mártir da Igreja.

    Com o passar do tempo, a partir da era apostólica o ministério diaconal foi se solidificando e se adaptando a realidade do tempo presente. No sacramento da ordem, o diaconato é o primeiro grau desse sacramento, que tem três graus. O diácono até aos dias de hoje têm a missão de anunciar a Palavra de Deus, visitar os doentes, assistir casamentos, celebrar batizados e exéquias. O diácono é destinado, trabalha e é conhecido como o homem da caridade.

    O ministério diaconal em vista da ordenação sacerdotal dura, em geral,  em torno de seis meses a um ano, o diácono faz o estágio pastoral em uma paróquia realizando aquilo que é próprio do ministério diaconal e se aprofundando nos estudos em vista do ministério sacerdotal. Com o passar do tempo, sobretudo após o Concílio Ecumênico Vaticano II, viu-se a necessidade de instituir o diaconato permanente, ou seja, ordenar homens casados ou não para cooperar como diaconos nas paróquias. Para ser um diácono permanente, em primeiro lugar como qualquer outra vocação precisa ouvir o chamado de Deus e através da oração responder a esse chamado com o sim. O próximo passo é conversar com o pároco da paróquia e depois com a família. É necessário ter o consentimento da esposa e da família, pois às vezes o diácono permanente terá que ficar muito tempo fora de casa servindo na comunidade.

    O diaconato permanente não visa a ordenação sacerdotal como o diaconato chamado de transitório, porém, o diácono permanente pode ordenar-se sacerdote caso fique viúvo, tendo o consentimento dos filhos, mas a Igreja faz uma avaliação caso a caso para ver se de fato é necessária a ordenação sacerdotal e se de fato é um chamado de Deus.

    O segundo grau do sacramento da ordem é o ministério sacerdotal. Todos os batizados possuem o sacerdócio comum dos fiéis, por meio do sacramento do batismo, alguns fiéis, porém, são chamados a pertencer ao sacerdócio ministerial de Cristo por meio da ordenação sacerdotal. Aquele que é chamado a ser padre é tirado do meio do povo, e depois através da ordenação volta para o meio do povo. O sacerdócio do mesmo modo que qualquer outra vocação é um chamado de Deus. Ao longo do tempo a formação ao sacerdócio foi se aperfeiçoando e agora o tempo de formação gira em torno de dez anos. Durante esse tempo o candidato é avaliado e ajudado a discernir sobre a sua vocação. É um caminho que aquele que é chamado faz junto com a Igreja, até a ordenação diaconal e posteriormente a ordenação presbiteral.

    O terceiro grau do sacramento da ordem é o episcopado: alguns sacerdotes são chamados por Deus e pela Igreja ao ministério episcopal. O bispo é chamado a ser “Pai espiritual” e pastor das ovelhas. O bispo é aquele próximo dos sacerdotes, conversa com os padres e tenta da melhor forma resolver os problemas, o bispo transfere os padres de paróquia e preside as celebrações da crisma e ordenações. O bispo é aquele que é o pastor próprio da Igreja Diocesana, ou Particular, e a governa em nome de Cristo e da Igreja em comunhão com o Papa e o Colégio Apostólico.

    O Papa é um bispo, que foi eleito para guiar a Igreja, não se trata de uma nova ordenação ou sagração, pois, só há três graus no sacramento da ordem. Na verdade, tudo se originou no ministério petrino a partir de Pedro, mas depois com o passar do tempo a Igreja foi se aperfeiçoando e formando a sua hierarquia. Dessa forma, o Papa é sucessor de Pedro, e os bispos são sucessores dos apóstolos.

    Essa é a estrutura da Igreja! Rezemos por ela e que continue sendo guiada pelo espírito santo. Que esse mesmo Espírito Santo continue suscitando novas vocações diaconais, sacerdotais e religiosas. Convido a tomarem esse volume 19 da coleção Cadernos do Concílio e entenderem um pouco mais sobre o sacramento da ordem e a Constituição Conciliar “Lumen Gentium” que, a partir do número 18 irá falar mais sobre esses três graus do sacramento da ordem. Por fim, não esqueçamos, de rezar pelo Papa, bispos, padres e diáconos.

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