Mito de Procusto

    Trabalhar apologeticamente, de forma ética em prol da ciência, tecnologia, medicina, educação, política, religião e da dignidade do trabalho para o bem-estar físico, emocional, mental, social e espiritual. Dentro desta configuração, desconstruir o mito de Procusto e a ideologia negacionista.

    Procusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, ele tinha uma cama de ferro, que tinha seu tamanho exato, para a qual convidava todos os viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem demasiados altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente. Uma vítima nunca se ajustava exatamente ao tamanho da cama, porque Procusto, secretamente, tinha duas camas de tamanhos diferentes. Procusto significa “o esticador”.

    Continuou seu reinado de terror até que foi capturado pelo herói ateniense Teseu, que, em sua última aventura, prendeu Procusto em sua própria cama e cortou-lhe a cabeça e os pés, aplicando-lhe o mesmo suplício que infligia aos seus hóspedes. O mal que fez, colheu! Tudo tem retorno!

    Usa-se o Mito de Procusto para mostrar as pessoas que têm medo de trabalhar com pessoas melhores que elas. Pessoas que não hesitam em boicotar, humilhar ou menosprezar aqueles que eles consideram superiores em talento, educação e habilidades. São pessoas intolerantes, invejosas, preconceituosas, negacionistas, de mente doentia a tudo que seja diferente delas.

    Essas pessoas são extremamente frágil, autoestima muito baixa e tomadas de incompatibilidades. Não possuem o menor controle sobre suas emoções: tomam como ofensa às capacidades, excelentes formações e atitudes assertivas dos outros, têm um medo tremendo das mudanças, das novidades enriquecedoras e assumem comportamentos deselegantes.

    Pessoas que padecem com o Mito de Procusto, carrega o fardo pesado dos traumas, da frustração, do recalque, do egocentrismo e não tem controle das emoções. São pessoas que não sabem lidar com as próprias incapacidades, não sabem fazer amigos e não mantêm bons relacionamentos.

    Segundo a renomada psicanalista clínica Dra. Jéssica Kuhn, veja como identificar os sinais de que a pessoa pode estar sofrendo do Mito de Procusto:

    Não comemora o sucesso e a conquista dos colegas

    A insegurança e o medo de ser superado faz com que a pessoa se sinta ameaçada e não consiga comemorar o êxito alheio.

    Faz intriga sobre os colegas de trabalho

    Por ter uma imagem muito negativa de si mesmo, só se sente valorizado quando desvaloriza alguém.

    Omite informações importantes para o trabalho

    Em nome da própria vaidade, não se importa de prejudicar a empresa ou a coletividade como um todo.

    Não aceita visões diferentes

    Devido à sua insegurança, busca fazer as ideias de outros funcionários parecerem absurdas.

    Boicota ideias e desmotiva os outros

    Ao boicotar as ideias dos demais, acaba trazendo desmotivação a todo o grupo.

    Ridiculariza o comportamento do outro

    Cria um ambiente tóxico, que em casos extremos pode levar o outro à depressão, ansiedade e estresse.

    Age de maneira ríspida frente às opiniões alheias

    Sentem a necessidade de reprimir situações em que os outros possam se destacar e assim mostra o seu despreparo.

    A pedagogia do Mito de Procusto serve como alegoria do mundo atual. Hoje em dia, a maioria da sociedade parece provir da mesma cama de Procusto, a qual não só tentam moldar os outros à ela, mas também defendem com discursos ditatoriais e de ódio àqueles relutantes a aceitá-la. O portador desse mito, tem muita dificuldade em aceitar que é doente e torna-se um instrumento perverso, perseguidor e destruidor.

    Prof. Dr.  Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.

    Doutorado em Psicanálise pelo Phoenix Instituto da Flórida-EUA.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

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