Maria Santíssima, cheia de graça!

    Bendita és tu, Maria! Hoje, Jesus Ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas…

    Muitas cidades de Minas e do Brasil celebram a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora no dia 15. Mas a maioria das comunidades celebra esta Solenidade no domingo seguinte ao dia 15 de agosto.

    A Primeira leitura(cf. Ap 11,19a.12,1.3-6a.10b): Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal. A mulher que aparece vestida com o sol (Deus) representa a nova Eva, a igreja e também Maria, que deu a luz a Jesus, o novo Moisés e libertador do novo povo de cristãos, simbolizado pela coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. O dragão é a “antiga serpente” que cresceu até tornar-se um imenso dragão, isto é, o império romano que oprimia os seguidores de Jesus. O dragão é também a famosa besta do apocalipse (Ap 13), cunhada com o número 666, o qual provem da soma das letras hebraicas de Cesar e Nero. O dragão quis devorar o filho da mulher, o que simboliza a opressão vivida pelos cristãos. A mulher foge para o deserto, lugar de refúgio e da presença de Deus.
    Uma mulher, Maria, na memória e na resistência dos cristãos, é sinal de libertação. O fraco se tornava forte. Era nisso que as comunidades precisavam acreditar.  Jesus e Maria estavam presentes na vida deles, encorajando-os a vencer as forças do Mal, o dragão.

    O Salmo Responsorial canta: Bendita és tu, Virgem Maria! A esposa do rei é Maria. Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à glória do seu Filho.

    A Segunda leitura(cf. 1Cor 15,20-27a): Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens. São Paulo fala da ressurreição dos mortos. O anúncio fundamental do Evangelho: Nosso Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou. É isto que ele e os demais apóstolos anunciam. E as provas de que Cristo vive são os próprios apóstolos e muitos cristãos, aos quais ele apareceu depois de ressuscitado. Baseado nesse pressuposto, tenta levar à fé os que duvidam (vv.12-34), apresentando provas da Bíblia (vv. 27.32). Outros argumentos que confirmam a ressurreição dos mortos fazem parte do trecho que lemos na liturgia de hoje. O primeiro é o que mostra Cristo enquanto primícias dos que adormeceram (v. 20). Primícias são os primeiros frutos a amadurecer. Depois deles amadurecem os demais e vem a colheita. Cristo é o primeiro fruto de ressurreição. Ele venceu a morte para sempre, abrindo as portas para a vitória da vida sobre a morte. Portanto, os mortos ressuscitarão também, como Cristo ressuscitou. Paulo contrapõe Adão a Cristo: o pecado do primeiro acarretou a morte para todos; a morte-ressurreição do segundo confere vida a todos. Se todos se solidarizam em Adão em vista da fraqueza do pecado, com sua morte e ressurreição Cristo nos associou a si e à sua vida em plenitude (vv. 21-22). Por causa dele fomos feitos cristãos, semelhantes a Cristo na vitória sobre a morte. O segundo argumento é o da vitória de Cristo sobre todas as forças hostis às pessoas e ao projeto de Deus. Ele aniquilará todos os mecanismos de morte (principado, autoridade, poder), vencendo finalmente a morte, último inimigo, e entregando o Reino ao Pai (vv. 34-36). A vitória de Cristo, portanto, não será completa enquanto não vencer também naqueles que trazem seu nome. Isso quer dizer que a luta contra a morte é tarefa conjunta de Cristo e dos cristãos. Só quando estes participarem da vida plena em Deus é que Cristo dará por encerrada sua missão.

    No Evangelho(cf. Lc 1,39-56): Maria, Mãe dos cristãos batizados. Cheia do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada! São Lucas ecoa a resposta de Maria ao amor de Deus: quer nas palavras de Isabel a exaltar a grande fé com que aderiu sem hesitação ao querer divino, quer também nas palavras da Virgem, que prorrompe no cântico de louvor ao Altíssimo pelas grandes coisas nela realizadas. Maria não tem um olhar sobre si, a não ser para realçar sua pequenez. Eleva-se imediatamente a Deus para engrandecer-lhe a bondade e a misericórdia, a obra e o poder em favor dos pequenos, dos humildes, dos pobres. Entre estes se inclui Nossa Senhora, com extrema simplicidade. Sua resposta ao imenso amor de Deus, que a escolheu entre todas as mulheres para Mãe do divino Filho, é a mesma que deu ao Anjo: ‘Eis aqui a escrava do Senhor’ (Lc 1, 38). Para Maria, ser escrava significa estar totalmente aberta, disponível para Deus. E Deus, após associá-la à Paixão do Filho, a exaltará um dia! Realizará nela as palavras de seu Cântico: ‘Derruba os poderosos do trono e eleva os humildes’ (Lc 1, 52). Eis a humilde escrava do Senhor recebida ‘na glória em corpo e alma… para que mais plenamente se conformasse com o Filho. Senhor dos senhores’ (LG 59).

    Maria deu ao mundo o Salvador. Por meio dela, portanto, ‘veio a salvação, a força e o reino de nosso Deus e o poder de seu Cristo’ (ibidem, 10). Assim aconteceu porque tal foi ‘a vontade daquele que estabeleceu que tudo nos viesse por meio de Maria’ (S. Bernardo, De Aquaed. 7). Enquanto a visão apocalíptica mostra o Filho da Mulher ‘arrebatado para Deus e para seu trono’ -alusão à ascensão de Cristo ao céu – apresenta a Mulher em fuga para o ‘lugar preparado por Deus’ (Ap 12, 5-6), figura da assunção de Maria à glória do Eterno. E Maria a primeira a participar plenamente da sorte de seu divino Filho. Ligada a Ele como Mãe e ‘companheira generosa’ que ‘cooperou de modo singularíssimo’ com a obra do Salvador.(LG 61), participa de sua glória, assunta ao céu em corpo e alma.

    Nesse dia, em que celebramos a graça divina em Maria Santíssima, peçamos que como Nossa Senhora sejamos homens e mulheres cheios de graça do Senhor. Amém!

     

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