Após percorrer durante sete dias a rota migratória do Pacífico passando por quatro municípios do estado de Chiapas, a caravana de mães de migrantes centro-americanos desaparecidos na fronteira sul do México com uma mensagem para o Papa Francisco.
Pedindo para que o Pontífice intervenha na política migratória do México, escrevem:
“Desejamos compartilhar com Sua Santidade assuntos que nos preocupam solicitando respeitosamente que com sua enorme influência e autoridade moral, encontre formas de modificar a terrível realidade a qual os migrantes em trânsito enfrentam em seu destino e em seu retorno, voluntário ou forçado”.
O objetivo da caravana é que a carta seja entregue ao Papa em sua visita ao México, no próximo mês de fevereiro.
Desaparecimentos têm aumentado desde 2010
A carta assinada por 40 mães e dois pais de Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua, denúncia que no México “a cada ano há mais de 20 mil desaparecimentos, número que aumentou de forma alarmante a partir de 2010”.
“Ao redor de 400 mil migrantes passam pelo México todo ano, dos quais 80% não consegue seu propósito”, disse à Efe a coordenadora do Movimento Migrante Mesoamericano, Martha Sánchez.
Migrantes sem dignidade
No documento as mães da caravana questionam “a criminalização dos migrantes no mundo, as humilhações a seus direitos, a violência, os desaparecimentos e mortes e o grave problema do tráfico”.
“Estima-se que há entre 70 mil a 120 mil migrantes não localizados em trânsito pelo México a partir de 2006, de quem não se contam com dados confiáveis. São os invisíveis entre os invisíveis sem que se determinem responsabilidades”, expõem.
Fonte: Rádio Vaticano