No mesmo dia que o Papa convocou os cristãos do Líbano para um dia de oração pelo país, em nosso pais, neste dia 1º de julho, celebramos a 4ª edição da Jornada de Oração e Missão, que neste ano é dedicada à paz em Moçambique, país localizado no Sudeste da África, que tem sofrido muito com a violência, fome e miséria. O país enfrentou 20 anos de guerra civil, entre as décadas de 1970 e 1990, e essa guerra resultou em mais de 1 milhão de mortes, aproximadamente.
Essas duas décadas de conflitos deixaram um rastro de destruição, que afetou muito a economia do país e com isso a população sofreu sem saneamento básico e sem o necessário para sobreviver, sobretudo sem alimentos nas prateleiras do mercado ou com alimentos muito caros. Com isso, acabou surgindo um outro problema, que foi a “briga” em busca de alimento ou água para cada família se manter.
Por isso, esse ano, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) convida para que a 4ª Jornada de Oração e Missão, no dia 1º de julho, seja dedicada ao país africano. Além de ser uma iniciativa da CNBB, a jornada de Oração tem o apoio da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN).
De acordo com a fundação pontifícia (ACN), Moçambique voltou a ser alvo de ataques Jihadistas, desde 2017. Os Jihadistas são pertencentes ao grupo islâmico do Hamas. Segundo a fundação, esses ataques são motivados por interesses político, econômico e religioso. Além do terrorismo, o país também está sofrendo com a pandemia da Covid-19.
De acordo com padre Daniel Rochetti, assessor da comissão para ação missionária da CNBB, as Jornadas de Oração e Missão têm por objetivo ensinar que a oração sustenta a missão da Igreja em diversas partes do mundo e nas diferentes situações, onde os mais pobres e os doentes recebem o conforto da fé e o anúncio do Evangelho. Através da Palavra de Deus, renovam as suas forças para continuar as suas vidas, mesmo em meio às dificuldades. Além da oração, o que anima a missão da Igreja é a caridade.
A oração também se torna missão quando, a partir da reza do terço ou da participação nas missas, rezamos pelos mais pobres e sofredores. O próprio significado da palavra missa quer dizer “missão” e, ao final da missa, quando o padre despede o povo com a frase: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”, quer dizer que o nosso compromisso não acabou, mas está iniciando a nossa missão.
Podemos acompanhar os missionários com a nossa oração e, por meio da nossa oração, fortalecer a missão. Cada um de nós pode parar no dia 1º de julho e rezar por essa missão de paz em Moçambique, e estaremos por meio da nossa oração sendo missionários junto de quem está lá.
A Igreja Católica no Brasil possui uma missão há décadas, na Arquidiocese de Nampula, em Moçambique, norte do país africano. Desde 1995, missionários enviados pelo Regional Sul 3 da CNBB, que reúne toda a Igreja do Rio Grande do Sul, atuam no projeto Igrejas Solidárias, entre sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas.
Há, também, missionários e missionárias na Diocese de Pemba, cuja missão é organizada pelo Regional Sul 1 da CNBB, que compreende o Estado de São Paulo (SP), desde 2018. Na região de Dombe, na Diocese de Chomoio, está instalada desde 2006 a Fazenda da Esperança, católica terapêutica que acolhe dependentes químicos e de outros vícios. Por isso, a partir dessas e de outras inciativas, a Igreja se faz presente no continente africano, levando uma palavra de fé e de esperança a quem precisa, sobretudo, socorrendo os necessitados. A Igreja, com essa missão e com a iniciativa da jornada de oração, quer levar um pouco de paz e de esperança para um país marcado pela violência e guerra.
A proposta da Jornada de Oração e Missão quer incutir no coração de cada fiel que a oração faz parte do agir missionário e propõe que cada cristão católico dedique um tempo do seu dia para rezar pelo país. Podemos fazer parte dessa corrente de oração utilizando em nossas redes sociais a hashtag #rezepormocambique.
Já que não poderemos estar fisicamente em Moçambique, façamo-nos presentes espiritualmente, rezando pela paz naquele país e que as pessoas possam ter o mínimo necessário para sobreviver. Que Deus e o Espírito Santo acompanhem todos os missionários e protejam aquele continente.
