Jesus é o mais valioso tesouro!

    A liturgia do 17º domingo do Tempo Comum convida-nos a refletir nas nossas prioridades, nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente, que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.

    As três leituras deste domingo aludem, de alguma maneira, ao Reino de Deus, o “Reino dos Céus”(Mt 13,44). O que é exatamente o “Reino de Deus”? Em São Lucas 18,30 Jesus diz: “Aquele que deixar tudo pelo Reino de Deus(…)”; em Marcos 10,29 Jesus diz: “Aquele que deixar tudo por mim e por causa do Evangelho(…)”. Comparando esses textos, podemos deduzir que o Reino de Deus se identifica com a pessoa de Jesus. Na verdade, Jesus é o centro e o conteúdo de seu próprio Evangelho, da doutrina que transmite e com a qual se identifica; ensina que ele é o caminho para Deus, o Pai; ele é a própria verdade e anuncia que Ele mesmo é a vida(Jo 6,14). A primeira leitura(cf. 1Rs 3,5.7-12) apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é o protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir e alienar por valores efêmeros.

    No Evangelho(cf. Mt 13,44-52), recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. O Reino de Deus é, portanto, o próprio Jesus Cristo. A pessoa que descobre esta verdade é como aquele homem da parábola de hoje, que vendeu tudo o que possuía para comprar o campo que continha um grande tesouro, ou semelhante àquela pessoa que procura pérolas e, encontrando uma de grande valor, vende tudo o que tem para adquiri-la(Mt 13,44-45). Infelizmente, há muitos cristãos que não conseguem ver sua fé como um tesouro, como uma pérola, não conseguem valorizar seu relacionamento com Jesus e com o próximo como um tesouro ou uma pérola, nem mesmo conseguem ver a sua religião ou sua vocação como o mais valioso tesouro, como uma valiosíssima pérola que alegra o coração de tal forma que vale a pena sacrificar muitas coisas supérfluas e muitos caprichos. Quem verdadeiramente descobre Jesus Cristo e o considera seu mais valioso tesouro, usufrui de tudo o que tem como uma dádiva de Deus, não coloca nenhum bem material como valor absoluto, mas vê que tudo neste mundo é relativo, tudo passa, tudo muda, só Deus permanece.

    A segunda leitura(cf. Rm 8,28-30) convida-nos a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.

    “O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” (Mateus 13, 45-46). Quem encontra o Cristo encontra o sentido para a sua vida! Quem se encontra com Jesus, quem O descobre, quem entra no tesouro precioso, que é o Coração de Jesus, encontra a sua razão de viver. Assim como os apóstolos um dia encontraram o Senhor e tudo deixaram por Ele, quando nós encontramos Jesus deixamos de confiar em outras coisas e deixamos de colocar o nosso coração em outros valores que não são os valores do Reino de Deus.

    Permita que o Reino de Deus entre em você, permita ser invadido por esse Reino, por essa pérola preciosa para que ela realmente dê sentido, sabor e valor à sua vida. A alegria que toma conta de um coração que se despoja por Deus, a alegria que toma conta de um homem e de uma mulher que fazem de Jesus o seu tesouro é única, é uma alegria indescritível, que não merece comparação.

    Se nos encontrarmos, muitas vezes, tristes, desanimados ou desapontados, temos de nos perguntar: “Encontramos, realmente, a razão da nossa vida? O tesouro que, um dia, descobrimos, está encoberto ou perdido? Onde nós colocamos a razão da nossa vida? Quem é a alegria maior da nossa vida? Quem é a razão de tudo o que vivemos e fazemos?”. Se você acha que ser feliz ou ter a alegria da vida é viver uma vida sem problemas, sem dificuldades e assim por diante, a maturidade nos chama a sair da vida de “ilusão”.

    Podemos passar por todas as tribulações da vida, mas sem perder a alegria, sem perder o tesouro encontrado ou encontrando o tesouro, que é o Reino dos Céus, pois este traz alegria e sentido único para nossa vida, que é o Cristo Ressuscitado, vivo entre nós!

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