Homens e mulheres; A comunidade de Jesus

    No décimo primeiro domingo do Tempo Comum, as mulheres são as protagonistas. Mas são protagonistas passivas. Não dizem uma única palavra, mas sofrem o abuso e os preconceitos sociais. Na primeira leitura(2Sm 12,7-10,13), nos é oferecido um exemplo claro de abuso de poder. Com certeza, Davi desejou aquela mulher. Até aí, seria um pecado contra o sexto mandamento. Mas Davi se aproveitou de seu poder como rei para fazer que morresse seu marido. O que não era mais que um desejo descontrolado acabou virando assassinato de um homem e transformação da mulher em objeto de satisfação dos instintos de Davi. Deus denuncia o pecado de Davi pela boca do profeta Natã. Também lhe oferece o perdão, mas lhe avisa que tinha sido ele quem tinha começado a usar a violência para satisfazer seus desejos e que essa espiral não é fácil de parar: “Jamais se afastará a espada de tua casa.”
    No Evangelho(Lc 7,36-8,3), fala-se de uma mulher de má vida. Subentende-se que é uma prostituta. Mas, curiosamente, lança-se toda a culpa nas costas da mulher. Parece que ninguém quer pensar em por que ela chegou àquela situação. Os fariseus têm claras as idéias. É uma pecadora e deve ser colocada à margem. A atitude de Jesus é muito diferente. Não se fixa no passado, não remexe nele para buscar culpas. Simplesmente observa o grande amor, que leva consigo aquela mulher, que é expresso no gesto de lavar os pés de Jesus com suas lágrimas, enxugá-los com seus cabelos e ungi-los com perfume. Jesus diz que aqueles gestos eram sinal de que a mulher “Tinha amado muito”. Jesus não apenas perdoa os pecados da mulher, para surpresa dos fariseus, mas a declara salva: “Tua fé te salvou, vai em paz.”
    Hoje, a mulher continua carregando em muitíssimas ocasiões a pior parte, muitos homens, maridos também, são uma ameaça para as mulheres. A violência está muito instalada dentro do lar e destrói o respeito, que deve ser o fundamento do amor. Na comunidade de Jesus, havia homens e mulheres em igualdade de condições. Delas, diz-se no Evangelho que haviam sido libertas de demônios e enfermidades. Dos apóstolos nada se diz neste texto, mas em outros se diz o suficiente para percebermos que todos os que acompanhavam Jesus, homens e mulheres, haviam experimentado com Ele a libertação de suas enfermidades e opressões. Formavam uma comunidade de iguais, discípulos e discípulas, ouvindo o Mestre e seguindo-o pelos caminhos da Galileia.

     

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