Décimo primeiro domingo do tempo comum

    O texto do Evangelho deste domingo(Lc 7,36-8,3) está situado na primeira parte do evangelho de São Lucas, onde a questão é a identidade de Jesus. Por o considerarem profeta, Jesus é convidado para um jantar na casa de um fariseu de nome Simão. Uma pecadora da cidade entra na casa e lava os pés de Jesus com as suas lágrimas, enxuga-os com seus cabelos e os unge com perfume. O texto mostra que sua identidade de profeta foi posta em questão pelos fariseus: “Se este homem fosse profeta, saberia quem é a mulher que está tocando nele: é uma pecadora!”
    O que significam os gestos da mulher? Quem perdoa os pecados, Jesus ou Deus? Nos versículos 41-42 de São Lucas 7, Jesus, para responder à objeção do fariseu, conta uma parábola que não se aplica adequadamente ao contexto imediato. A parábola visa a ressaltar a gratuidade do credor – é ele quem perdoa, não importa qual seja a dívida. No versículo 47, lemos: “Teus pecados estão perdoados.” O passivo divino empregado indica que é Deus quem perdoa e Jesus é quem anuncia este perdão.
    Deus perdoou a mulher por sua fé em Jesus. Os gestos da mulher não são simplesmente um sinal de arrependimento, mas profunda fé naquele para quem ela oferece tais gestos. Ela crê em Jesus, o médico, que chama os pecadores para a conversão. Isto não significa que o perdão é devido à fé, mas que a fé é necessária para acolher o dom do perdão. A fé purifica. A resposta  à gratuidade do perdão recebido será o amor por Jesus, expresso no seguimento e na ajuda dada a Jesus e seus discípulos. É muito terno o amor de Jesus, que nos apresenta, em todos os seus gestos, o amor do Pai. Não passa pela sua mente os inúmeros pecados que cometemos, mas a fé e a esperança que temos nele.

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