Homenagem do Papa Francisco ao padre mais idoso da Itália


Encontro emotivo entre o Papa e o Pe. Alessandro de Sanctis, um sacerdote de 95 anos que ainda exerce seu ministério regularmente

“Você tem 95 anos? E onde os escondeu?”, perguntou o Papa, numa conversa descontraída, como se falasse com um velho conhecido, um companheiro, um irmão – o que na verdade é, no sacerdócio, o Pe. Alessandro.

Mas o Pe. Alessandro de Santis mostra uma peculiaridade: com 95 anos cumpridos, este homem de cabelo branco, que celebrou 72 anos de sacerdócio em dezembro, é o padre mais idoso da Itália.

Mas isso não é tudo, como conta o jornal italiano Il Corriere della Sera, qualificando-o como “o sacerdote dos recordes”: ordenado sacerdote em 1942, aos 24 anos (o que o torna o italiano com mais anos de sacerdócio), o Pe. Alessandro também está ao serviço da mesma paróquia desde a sua ordenação, há 72 anos! E lá exerce seu ministério, sempre disponível, e sem padres auxiliares.

Este filho de lenhador, que considera seus pais santos, é um desses pastores “com cheiro das ovelhas”, próximo e amado pelo seu rebanho. “Ele nunca quis tirar carteira de motorista, para não se afastar”, informava em 2009 o boletim da sua comunidade.

“Ao ver como seus paroquianos o cumprimentam na rua, entendemos o amor daqueles para quem ele se tornou um verdadeiro pai”, destaca o jornal Avvenire.

Seu longo trajeto eclesiástico lhe permitiu celebrar não somente 46 mil missas, mas também 1.400 funerais e centenas de casamentos e batismos. É um herói: durante a 2ª Guerra Mundial, ele salvou alguns dos seus compatriotas que seriam fuzilados pelos alemães e escondeu uma família judia em um sótão.

Diante dos microfones da Rádio Vaticano, este sacerdote, que cumprimentou o Papa no final da última audiência geral, confessou: “Eu lhe havia escrito: espero que o Senhor me dê a graça de beijar as mãos do nono papa da minha vida”.

Nascido em 1918, sob Bento XV, o Pe. Alessandro teve a oportunidade de encontrar-se pessoalmente com vários papas: Pio XI, aos 13 anos, quando acabava de entrar no seminário menor; depois Paulo VI, João Paulo II (várias vezes) e Bento XVI.

Ele recorda seu encontro com este último, há 10 anos, em CastelGandolfo: “Eu me ajoelhei imediatamente para beijar o anel do pescador e me levantei com prontidão, sem ajuda de ninguém. Tinha 93 anos. Bento XVI então exclamou: ‘Mas que jovem!’”.

Sobre Francisco – “este Papa que entra em contato com as pessoas de forma tão humilde e simples” – o Pe. Alessandro transborda em elogios: “É um bom Papa para uma boa época, com um grande carisma. Bergoglio é um papa revolucionário, alguém que sabe ser o vigário de Cristo na Terra, que conhece profundamente as misérias e fraquezas humanas, mas do que qualquer outro”.

“Nós o esperamos em Filettino”, disse ao Santo Padre o idoso pastor, muito digno em sua batina de monsenhor. O Papa não recusou: “Espero poder ir”. E acrescentou: “Homem santo, reze por mim!”.

 

Local: São Paulo (SP)
Fonte: ALETEIA