Gilcê testemunhou o Evangelho e entra no céu!

    Desde muito cedo, meus amados pais, incutiram nos meus irmãos e em mim uma vida autenticamente cristã. Quando ainda éramos crianças aprendemos com Nossa Senhora, Mãe de Deus, nossa Mãe poderosa e Mãe da Igreja, a escutar os ensinamentos de Jesus e a vivê-los, num ambiente familiar, de profunda e absoluta confiança em Deus, e abertura de nossos corações para a vontade divina.
    Faço esta introdução para agradecer a Deus a vida de minha família. Sobrou somente este pobre bispo. Todos os meus irmãos entregaram as suas boníssimas almas a Deus. E a penúltima, foi minha querida irmã Gilcê Veloso de Paula, que na madrugada, por volta das 23,38 do dia 30 de Junho de 2017, , entregou a sua boníssima alma a Deus. Duas coincidências muito felizes na vida da Gilcê: 1. Gilcê será enterrada num dia de sábado. Como ela era muito devota de Nossa Senhora, Mãe de Deus, Senhora do Livramento, reza a tradição de que os devotos de Nossa Senhora do Carmo, a Virgem prometeu, se por caso tivessem que passar pelo purgatório, no primeiro sábado era os livraria dele. E, cremos, que isso aconteceu com nossa irmã Gilcê. Ela sempre quis a graça de morrer no dia da memória facultativa de Nossa Senhora e isso lhe foi concedido pela vida devota. 2. Ela foi sepultada no mês de julho. Profunda devota de Nossa Senhora do Carmo, desde criança entrou no Sodalício de Nossa Senhora do Carmo, e a proximidade de sua festividade, em 16 de julho próximo futuro, nos enche de alegria porque nossa Irmã, devidamente vestida na urna funerária, com o hábito de Nossa Senhora do Carmo e de sua Irmandade, da Catedral Metropolitana, vai ao encontro de Deus e da Virgem Maria.
    Gilcê viveu uma vida familiar, tendo dedicado à sua vida ao seu esposo José de Paula(já falecido) e a sua filha, a Cristina(falecida há alguns anos sob os cuidados de sua mãe) e da sua neta Karine(falecida repentinamente). Sobrevive-lhe o seu neto César.
    A vida da Gilcê, enquanto o papai e a mamãe eram vivos, era cuidar de meus pais Ana Maria Bettarello e João Custódio Veloso. Nisso ela foi admirável. Quando eu fui nomeado Bispo Coadjutor de Luz ela para lá mudou-se comigo desempenhando as atividades na Casa Episcopal e participando ativamente das atividades pastorais da Paróquia de Nossa Senhora da Luz. Muito comunicativa era queridíssima de todos os padres e da boa gente da Sé Episcopal de Luz, MG. Deixou muitos amigos naquela cidade e até os dias de hoje, quando lá retorno, todos perguntam pela Gilcê e pela sua alegria de ter amigos e construir pontes de amizade.
    Quando retornei para ser Arcebispo de Juiz de Fora ela retornou comigo e passou a residir no nosso antigo apartamento da Rua Sampaio. Participava, ativamente, das Irmandades e Associações da Catedral Metropolitana de Santo Antônio, especialmente do Apostolado da Oração e da Ordem Terceira do Carmo. Muito amiga dos pobres era muito caridosa. Tudo o que tinha dava aos pobres e era extremamente desapegada das coisas materiais partilhando um prato de comida, oferecendo uma visita. Ela gostava muito de dar presentes aos pobres e aos seus amigos. Amava a vida e era extremamente feliz. Depois que fiquei emérito ela mudou-se comigo para a minha nova residência. Há três anos ela foi internada para cuidados mais especializados. Nos últimos quatro meses ela ficou internada na Santa Casa sofrendo com resignação e cumprindo a vontade de Deus.
    Escrevi tudo isso para dar um testemunho de uma pessoa que viveu para o Evangelho, que edificou a sua família sobre a rocha inabalável da fé católica e que soube se preocupar com os mais humildes. Não tenho respeito humano para testemunhar e afirmar que a minha irmã Gilcê já está no céu, na companhia dos Santos. Ela procurou em vida viver para ganhar o céu e agora entra no céu.
    Agradeço muito as manifestações de solidariedade pela páscoa de minha irmã. Obrigado pelas coroas de flores, particularmente ao meu querido amigo o Emmo. Cardeal Orani João Tempesta, presença sempre marcante e generosa em minha vida, de um verdadeiro pastor de almas.
    Não poderia, também, de agradecer o carinho e a oferta de flores dos meus colaboradores do Instituto Mater Christi e da Pró Saúde.
    Agradeço a presença do Senhor Arcebispo de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, que levou o conforto aos meus familiares rezando o terço pelo eterno descanso de minha irmã. A Sua Excelência e à Arquidiocese meu muito obrigado!
    A todos os amigos de Juiz de Fora, particularmente, aos senhores padres que visitaram a câmara ardente de minha irmã, ou comigo concelebraram as suas exéquias, encomendação e enterro, Deus lhes pague muito. Um agradecimento fraterno ao Padre Guanair da Silva Santos por toda a organização.
    Aproveito, de coração agradecido, a convidar aos parentes, amigos para a missa de sétimo dia da Gilcê. Irei presidi-la, no próximo sábado, dia 08 de julho, às 17hs. Espero a sua presença.
    Só tenho que agradecer a vida, o testemunho e a companhia de minha irmã Gilcê Veloso de Paula. Gilcê, que em vida imitou a Virgem Maria, agora contempla o Redentor. Que do céu ela vele por nós que ainda caminhamos neste vale de lágrimas.
    Descanse em paz, querida Gilcê! Muito obrigado por você ser minha irmã, presente em minha vida, e tesouro de companhia no meu ministério de padre e de bispo.

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