Francisco faz pronunciamento histórico no Congresso dos EUA

No Congresso dos Estados Unidos, em Washington, o Papa pronunciou esta quinta-feira (24/09) um de seus mais importantes discursos desta 10ª viagem apostólica internacional.

Tratou-se de uma visita inédita, pois Francisco é o primeiro Pontífice a dirigir-se aos membros do Senado e da Câmara estadunidenses. Por representarem a nação, o pronunciamento do Papa aos políticos constitui um “diálogo” com todo o povo dos Estados Unidos, enredado a partir de quatro personalidades que marcaram a história do país: Abraham Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton.

Liberdade

Citando o “guardião da liberdade”, Abraham Lincoln, Francisco advertiu para dois perigos que assolam o mundo: o fundamentalismo e o reducionismo simplista.

Quanto ao fundamentalismo, o Papa afirmou que esta pode ser inclusive religiosa e pediu “equilíbrio” para se combater a violência perpetrada em nome de uma religião, de uma ideologia ou de um sistema econômico. Já o reducionismo simplista divide o mundo em dois polos: o bem e mal, ou justos e pecadores. “Sabemos que, na ânsia de nos libertar do inimigo externo, podemos ser tentados a alimentar o inimigo interno. Imitar o ódio e a violência dos tiranos e dos assassinos é o modo melhor para ocupar o seu lugar.”

Francisco propõe coragem e inteligência para se resolver as muitas crises econômicas e geopolíticas de hoje, em que os países desenvolvidos também sentem as consequências. Para estar a serviço da pessoa, recordou, a política não pode se submeter à economia e à finança.

Imigração

A luta de Martin Luther King por plenos direitos para os afro-americanos levou o Papa a falar dos imigrantes. “Aquele sonho continua a inspirar-nos”, disse Francisco, citando a maior “crise de refugiados” desde os tempos da II Guerra Mundial.

“Também neste continente, milhares de pessoas sentem-se impelidas a viajar para o Norte à procura de melhores oportunidades. Porventura não é o que queríamos para os nossos filhos? Não devemos deixar-nos assustar pelo seu número, mas antes olhá-los como pessoas, procurando responder o melhor que pudermos às suas situações”, ressaltou o Pontífice, reafirmando o valor da regra de ouro: «O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles» (Mt 7, 12).”

Pena de morte

“Se queremos segurança, demos segurança; se queremos vida, demos vida; se queremos oportunidades, providenciemos oportunidades. A medida que usarmos para os outros será a medida que o tempo usará para conosco.” Para Francisco, isso vale também para a pena de morte, cuja abolição representa a melhor via.

“Recentemente, os meus irmãos bispos aqui nos Estados Unidos renovaram o seu apelo pela abolição da pena de morte. Não só os apoio, mas encorajo também todos aqueles que estão convencidos de que uma punição justa e necessária nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação.”

Pobreza e degradação ambiental

Fonte: Rádio Vaticano

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