A fé extraordinária de Maria

    Um aspecto da existência da Mãe de Jesus que merece especial atenção é que ela se submeteu inteiramente às luzes da fé.
    Foi o que salientou Isabel: “Bem-aventurada tu que creste, porque se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas! (Lc 1,45).
    Tal atitude de Maria foi sempre uma característica constante de sua conduta, ainda quando misteriosos e cheios de aparentes contradições se apresentassem no futuro os desígnios divinos. É que, unida profundamente a Deus, seguia os impulsos da graça numa fidelidade sem limites. Nenhuma restrição às inspirações divinas.  Por isto mesmo todos os seus atos interiores e exteriores não objetivavam senão estarem eles integralmente de acordo com a vontade do Criador. Tornou-se assim o modelo perfeito  da alma que se entrega totalmente a seu Senhor.
    Maria concita então a seus devotos a estarem atentos, pois funestos são os efeitos da concupiscência que induz a tantos a se desviarem do projeto traçado pelo Ser Supremo. Este sempre agiu nos seres humanos e os quer conduzir à verdadeira felicidade, respeitando, porém, a liberdade dada a cada um. Por isto nem todos seguem as diretrizes traçadas no Decálogo, rota segura de perfeição e salvação.
    Maria, porém, pela obediência às inspirações do Espírito Santo, numa adesão radical ao mesmo, jamais manchou sua existência nem mesmo com a mínima falta. Eis por que nela brilharam todas as virtudes, uma vez que ela rejeitava prontamente qualquer sugestão do espírito das trevas. Sua fé estava alicerçada numa profunda humildade. Apesar de Deus ter realizado nela grandes coisas, o orgulho não encontrava jamais abrigo em sua alma privilegiada.
    Mãe do Messias, o Esperado  das Nações, quando Cristo era o aclamado das multidões pelo brilho de seus ensinamentos e de seus milagres, ela não aparecia. Nos instantes dolorosos  da Paixão de seu Filho ei-la na Rua da Amargura rumo ao Calvário. Depois recebeu em seus braços o Corpo dilacerado de seu amado Jesus desfalecido. Com Ele se imolou aos pés da Cruz e se tornou a Co-Redendora, cooperadora de Cristo na salvação da humanidade.
    Graças a sua fé inabalável suportou estes e todos os golpes anteriores da espada de dor que Simeão lhe profetizara no templo de Jerusalém.
    Sua vida foi uma oração contínua, mesmo porque Jesus foi o único objeto de seus pensamentos e de seu amor.
    Cumprida sua missão, Cristo após sua ressurreição retornou para junto do Pai, mas a missão de Maria prosseguiria ainda nesta terra. Sua fé deveria sustentar a Igreja nascente. Junto com os Apóstolos estava em preces no Cenáculo quando da vinda do Espírito Santo. Nesta trajetória de fé, após realizar plenamente os planos divinos, assunta aos céus, “por sua multíplice  intercessão continuou a granjear–nos os dons da salvação eterna”.
    Como ressaltou o Concílio  Vaticano II na Constituição Dogmática  Lumen Gentium,, lá no céu, “com materna caridade cuida dos irmãos de seu Filho que ainda peregrinam rodeados de perigos e de dificuldades até que sejam conduzidos à feliz pátria (nn 61-64
    Só resta então aos seguidores de Cristo imitar a fé desta Mãe celeste, seu amor ao silêncio, sua fidelidade à graça, sua simplicidade, sua união com Deus.
    Como aconselha o Pe. Grou, “que ela nos sirva de guia e modelo na vida interior, e que ela nos obtenha as graças que nos são necessárias para responder aos planos de Deus sobre nós”.

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