Festa da Apresentação do Senhor e dia de Oração pelos Religiosos

    “O Rei da glória é o Senhor onipotente” (Sl 23/24) 

    Neste dia 2 de fevereiro celebramos a Festa da Apresentação do Senhor, e também é o XXVIII Dia Mundial da Vida Consagrada. Pedimos nessa festa que a luz de Cristo ilumine os caminhos daqueles que se consagram ao Senhor. Essa celebração acontece quarenta dias após o Natal e tem o rito da bênção das velas. O Papa Francisco, ao celebrar hoje na Basílica de São Pedro lembrou a importância da espera (como o velho Simeão e a profetiza Ana) e a necessidade de sermos alegres e felizes na vida comunitária (no caso da vida consagrada). Pediu para despertar encanto do primeiro amor tendo o estilo do evangelho diante de um mundo que se afastou de Deus. Que a vida “mundana” não entre em nossas comunidades vivendo a cada dia a imprevisibilidade de Deus como a noiva que espera o noivo durante a noite. Cultivar na oração a expectativa do Senhor, o Deus da novidade e das surpresas quando o passado se abre ao futuro. Saibamos acolher o novo, mesmo em nossa velhice, como o velho Simeão, lembrou o Santo Padre. Acolhamos a criança que se apresenta ao templo como a grande novidade de Deus ao mundo.

    No dia da festa da Apresentação do Senhor, é conhecido também como festa de Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora da Guia, das Candeias ou Candelária. Ou mesmo festa das luzes, pois abençoa-se as velas e vamos em procissão com nossas velas acesas ao encontro do Senhor. A celebração inicia-se do lado de fora da Igreja, onde ocorre a benção das velas e entramos na Igreja com as velas acesas, iluminados pela luz do Senhor vamos ao seu encontro pedindo que Ele seja sempre a nossa luz, e que a nossa fé sempre esteja acesa, como a chama daquela vela.

    Esse acontecimento é narrado no capítulo segundo do evangelho de Lucas, quando Maria e José sobem ao templo a fim de consagrar Jesus ao Senhor e o profeta Simeão e a piedosa Ana vão ao encontro deles.  Simeão desejou ardentemente esse momento, esperou praticamente uma vida inteira, inclusive quando ele encontra José, Maria e o menino diz: “Agora Senhor, podes deixar teu servo partir em paz”. É ele que diz a Nossa Senhora que uma espada lhe atravessaria a alma e profetiza sobre o que viria a ser o menino. Ana, uma piedosa mulher, também vai encontro deles.

    No oriente, essa festa é celebrada desde o ano 450 d.C. e é chamada de Festa do encontro, pois o Senhor vai ao encontro dos sacerdotes do templo, e Simeão e Ana representam a expectativa de todo o povo de Deus. A partir do século V a festa passou a ser celebrada também em Roma. Com o passar dos anos, foi acrescentada à festa a benção das velas, recordando que Jesus é a luz dos gentios e que todos nós devemos refletir a luz de Cristo para os outros.

    No século IV, essa celebração era conhecida como a festa da Purificação de Nossa Senhora lembrando a lei mosaica. Em 1960, com a reforma litúrgica e para dar o verdadeiro significado a essa festa, que nada mais é do que a oferta de Jesus ao Pai, símbolo do sacrificio da cruz, ela foi denominada como festa da Apresentação do Senhor.

    O dia da festa da apresentação do Senhor é o dia de oração por todos os religiosos e religiosas, que são convidados a irradiar a luz de Cristo aos que se encontram perdidos pelo caminho, e ainda são convidados a apresentar novos cristãos para Deus e são homens e mulheres consagrados ao Senhor. Que todos os religiosos e religiosas possam discernir a sua vocação dia a dia iluminados pela luz de Cristo.

    José e Maria cumprem um preceito prescrito na lei de Moisés, que dizia que todo primogênito do sexo masculino deveria ser consagrado ao Senhor e pertencia ao Senhor. Ao consagrar o menino ao Senhor, os pais deveriam fazer uma oferta, muitos doavam dinheiro ou algum bem material ou animal de grande porte. Por serem pobres, José e Maria ofertam um par de rolas, ou dois pombinhos conforme a lei mosaica. A Sagrada Família seguia à risca a lei judaica.

    O profeta Simeão vai ao encontro da Sagrada Família “movido pelo Espirito Santo”, o mesmo espírito Santo que conduziu Jesus para o seu batismo e depois o conduziu ao deserto. O mesmo espírito Santo que conduz a vida da Igreja até aos dias de hoje. Esse mesmo Espírito Santo revela a Simeão que Jesus era o filho de Deus, o Messias esperado. Peçamos nessa celebração da festa da apresentação do Senhor que esse mesmo Espírito Santo nos faça reconhecer Jesus como o Messias esperado e possamos anunciá-lo a outras pessoas. Sejamos luz na vida dos outros, refletindo a luz de Cristo.

    Ao ouvir tudo o que o profeta Simeão disse, Maria guardava todos os fatos e meditava sobre eles em seu coração. Maria sabia desde o início da missão que abraçou de ser a mãe do Salvador. A profetisa Ana era uma mulher temente a Deus e esperava, assim como todo o povo de Israel, a salvação de seu povo. Tanto Ana, como Simeão, já idosos, esperavam a salvação trazidos pelo Messias.

    A primeira leitura dessa missa é da profecia de Malaquias (Ml 3, 1-4), o profeta transmite ao povo a mensagem do Senhor, que dizia que dentro em breve Deus enviaria o seu anjo que preparasse o caminho para a chegada do Messias. Esse anjo do Senhor prepararia o povo para o encontro com o Senhor e para o julgamento que se daria com sua chegada. Por isso, o convite “Convertei-vos e crede no evangelho”.

    O salmo responsorial é o 23 (24), que diz em seu refrão: “O Rei da glória é o Senhor onipotente”, o salmista convida para que abramos as portas do nosso coração para acolher o Senhor que virá. Que o coração de todos se abra para acolher o Salvador que virá e que com a chegada do Messias possa reinar a paz.

    O evangelho dessa solenidade é de Lucas, (Lc 2, 22-40), esse trecho do evangelho de Lucas retrata justamente o que celebramos nesse dia 2 de fevereiro, e como foi dito, “a apresentação do menino Jesus no templo”. Quarenta dias após o nascimento, para cumprir aquilo que era prescrito por Moisés na lei, José junto com Maria levam o menino Jesus para ser consagrado ao Senhor.

    Celebremos com alegria a festa da apresentação do Senhor e ao celebrar essa festa lembremos de todos os dias consagrarmos a nós e a nossa família ao Senhor. Lembremos ainda da primeira vez que nossos pais nos apresentaram a Deus, e quando nós apresentamos os nossos filhos ao Senhor. Vamos com as nossas lâmpadas acesas ao encontro do Senhor e sejamos luz para quem encontrarmos.

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