Faça um pote da gratidão: você vai ser mais feliz

O pote da gratidão é uma ótima estratégia para estimular no nosso cérebro o músculo do agradecimento, confira

Me rendi ao pote da gratidão, já escutou falar sobre isso? Bom, nada mais é do que um pote para você colocar papeizinhos onde estão escrito coisas sobre as quais você está grato. Você deixa o pote bem à vista e sempre que quiser coloca nele um papelzinho. Peguei um pote qualquer de vidro, as crianças decoraram para mim, deixamos perto dele uma caneta com um bloco de papel, e assim colocamos em prática nossa nova experiência: pote de gratidão familiar 2016.

Se engana quem pensa que resolvi implementar essa ideia porque está na moda ser grato. Outro dia, li um artigo que dizia que várias pessoas famosinhas no Brasil não falam mais nas redes sociais “obrigado” e sim “gratidão” (É verdade? Desculpe, pessoal, sou tão fora de moda, ainda uso as mesmas gírias que usava há 10 anos quando deixei o Brasil, super desatualizada).

Na realidade, minha motivação é menos glamurosa. 2016 vai ser um ano decisivo para mim, muitos desafios à frente, muitos objetivos, estou na luta em muitos aspectos, mas neste processo, não quero perder de vista as coisas boas da minha vida. Principalmente porque a vida não é amanhã, quando isso ou aquilo acontecer, a vida é agora, sem isso ou sem aquilo, mas com mil outras coisas boas também. Quero aprender a apreciar mais o bom, e diminuir em mim essa constante sensação de que estão faltando muitas coisas.

Para mim, que tenho uma certa tendência ao ceticismo quando o tema é auto-ajuda, é encorajador ver pipocando por aí centenas de artigos científicos que demonstram o que o bom senso está cansado de saber: escolher focar em coisas positivas faz você se sentir melhor do que focar em coisas negativas.

E enquanto algumas pessoas são naturalmente gratas e encantadas com a vida, para outras é necessário prática. Sim, porque é muito fácil se sentir grato por uma promoção no trabalho, por ter uma casa linda, pela saúde dos filhos ou por viver um casamento de sonhos. Mas pessoas realmente felizes são gratas pelas coisas mais simples possíveis, o pôr do sol, uma comida gostosa, a risada de um filho.

O pote da gratidão é apenas uma estratégia para estimular no nosso cérebro o músculo do agradecimento. Existem muitas e cada um tem que escolher o que faz sentido para si mesmo. Para alguns pode ser uma oração matinal, há quem goste da ideia de escrever um caderno enumerando suas benções na vida, outros podem apenas aumentar a frequência de um sincero obrigado no trato com as pessoas. A “psicologia positiva” está cheia de sugestões.

Eu fui na ideia do pote porque era algo que eu podia fazer junto com as crianças. Mas acho que mais do que tudo é preciso mudar o foco mental. Gratidão também tem muito a ver com expectativa. Se a gente passear pelo mundo achando que tudo de bom que nos acontece é nosso por direito, vai ser bem mais difícil apreciar a vida. É importante sair do pedestal, olhar para si mesmo com mais humildade e reconhecer que as coisas boas, grandes e pequenas, são verdadeiras dádivas. A gente acha normal abrir a geladeira e ter comida, né? Mas para um monte de gente, um monte mesmo, gente tão gente quanto nós, não é normal.

Estou convencida de que este é um bom caminho, não só para mim, mas para os meus filhos também. Quero que eles aprendam a apreciar o que têm.  Que saibam valorizar os relacionamentos com a família, com os bons amigos, com os professores dedicados. Que nos momentos difíceis, eles tenham habilidade para não perder o belo de vista. Que lutem pelos seus sonhos, sem esquecer de serem felizes durante o caminho.  Que eles aprendam a usar a força poderosa do pensamento positivo nas suas vidas. E isso tudo são coisas que a gratidão pode trazer para a gente. E como dizem por aí que a melhor maneira de ensinar os filhos é dando o exemplo, estou empenhada em abrir meus próprios olhos para as pequenas dádivas da vida.

Camila Furtado mora na Alemanha e é mãe da Maria de 6 anos e do Gael de 4. Ela está encantada com as coisas maravilhosas que escuta dos filhos quando antes de escrever um papelzinho, pergunta: “O que vocês querem agradecer hoje?”

Fonte: Aleteia

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