Eu vim para servir!

    A CNBB, na celebração do ano da paz, iniciado no advento do ano passado, nos apresenta, com a quarta-feira de Cinzas, no tempo propício de jejum, oração, penitência e conversão, a Campanha da Fraternidade de 2015 que tem como Tema: “Eu vim para servir!” (Mc 10,45). Propondo uma reflexão da relação da Igreja com a sociedade, por isso faz uma retrospectiva da presença da Igreja Católica, desde a colonização lusitana, passando pelo período do Império, do advento da República até os nossos dias ressaltando a presença marcante da Igreja na educação e na saúde. Fala, na primeira parte do texto-base, da fundação da CNBB, da celebração do Concílio Vaticano II. Relembra o regime de exceção, com os militares, a voz profética da Igreja em favor dos perseguidos pela revolução e o início das pastorais sociais, que lutaram, ardorosamente, pela redemocratização do país.
    A Campanha da Fraternidade nos apresenta a dimensão da vida comunitária, da vida de todos nós, com as leis e normas de condutas, organizadas por critérios e, principalmente com entidades que cuidam do bem-estar daqueles que convivem.
    A Campanha da Fraternidade visa “despertar e nutrir o espírito comunitário e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum, educando para a vida fraterna, a justiça e a caridade, exigências éticas centrais do Evangelho” (Manual, n. 240).
    O Papa Francisco tem cobrado da Igreja uma desacomodação, por isso hoje somos uma Igreja em saída: “Não quero uma Igreja preocupado com ser o centro”, como ensina o Papa, por isso as comunidades precisam se converter à missão. As pessoas estão desorientadas, com vazio espiritual, por isso devemos ir ao encontro dos que vivem na noite, conversar com as pessoas, ir no seu caminho, com discernimento evangélico, sem medo de diálogo, superando toda a “mania de mandar ou de ser reconhecido como o tal”, sendo que isso é inadmissível nos dias atuais. Nesse sentido, além do ano da paz e da vivência do Sínodo da Família, somos convidados a investir na família, re-evangelizando-a, mais do que isso indo para as comunidades, bairros, as chamadas “periferias existenciais”, vendo e convivendo com as realidades destes lugares existenciais que precisam de uma presença mais atuante da Igreja. O Papa Francisco, semana passada, ao receber os membros do Pontifício Conselho dos Leigos disse que os leigos têm a missão de evangelizar os bairros. Uma Igreja em saída, não acomodada nas sacristias.
    Vamos procurar reavaliar a presença da Igreja na sociedade. Diálogo e busca do bem comum, em parceria com a sociedade civil. Vivamos bem esta Campanha da Fraternidade lembrando de que todo poder é serviço e que somos chamados a servir, a ser aqueles e aquelas que lavam os pés dos que anunciam a paz!