Convertei-vos e crede no Evangelho!

    Meus queridos irmãos somos chamados neste primeiro domingo da quaresma a caminhar com o Senhor pelos caminhos da verdade e da vida. A verdade não escamoteado ou muito menos desvirtuada para atender aos “ditadores de plantão”, mas a verdade que é própria de Jesus Cristo. Sabemos que a vida tem sido, ultimamente, muitas vezes vilipendiada. Muitos procuram os caminhos da morte e não da vida. Assistimos, aterrorizados na semana passada o martírio cruento de mais de vinte cristãos coptas que foram decapitados por “odium fidei”, ou seja, por ódio da fé.
    A liturgia desse domingo primeiro domingo da quaresma devemos deixar nos tocar pelo Senhor que pede a nossa mudança de mentalidade, deixando de lado todo orgulho e toda a arrogância. O Pai, no livro do Gênesis, nos apresenta uma aliança de Deus para com a humanidade, uma aliança do Criador para com os homens e as mulheres: “Estabeleço convosco a minha aliança: nunca mais nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra”(Gn 9,11). Uma aliança baseada na verdade e no amor. “In vinculus caristas”, nos vínculos da caridade é o resumo da primeira leitura, porque assim cantaremos no Salmo Responsorial: “Verdade e amor, são os caminhos do Senhor!”(Sl. 24).
    Jesus hoje é levado no Evangelho(Mc 1,12-15) ao deserto para rezar. E Jesus ficou 40 dias rezando. Ali ele foi tentado por Satanás. Todos nós devemos imitar nestes quarenta dias, nestes cinco domingos de um grande retiro quaresmal, rezando em dobro. Devemos rezar insistentemente, mesmo que às vezes nós distraímos, muitas vezes somos tentados pelo diabo e pelas suas maquinações. E a advertência de Jesus deve povoar a nossa quaresma: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”(Mc 1,15).
    São Pedro dá em sua primeira carta um retrato das situações que acontecem com aqueles que seguem Jesus: “Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito”(1Pd 3,18).
    Por isso o tempo da quaresma é um tempo de nos limpar, de uma boa confissão, de uma autêntica penitência, para irmos ao encontro de Cristo, como ensinou São Pedro: “Pois o batismo não serve para limpar o corpo da imundície, mas é um pedido a deus para obter uma boa consciência, em virtude da ressurreição de Jesus Cristo”(1Pd 3,21).
    Peçamos a Deus a graça de viver, com seriedade, este tempo oportuno e favorável para alcançarmos uma fé mais madura e autêntica.