Escolher, com sabedoria, a única lei: o bem!

    Tenho imenso prazer, de todos os domingos ouvir o Eminente Cardeal Orani João Tempesta, que nesta semana receberá o barrete cardinalício, graça que lhe concederá o Papa Francisco para alegria de todos nós que, amigos ou admiradores deste grande homem, o temos como liderança inconteste do episcopado brasileiro, nos levando a optar pelo bem!
    Ensina o Concílio Vaticano II que: Constituição dogmática sobre a Igreja “Lumen gentium”, § 9: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição”. Em todos os tempos e em todas as nações foi agradável a Deus aquele que O teme e pratica a justiça (cf Act 10,35). Contudo, aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo, que O conhecesse na verdade e O servisse santamente. Escolheu, por isso, a nação israelita para seu povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-Se a Si mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para Si. Mas todas estas coisas aconteceram como preparação e figura da nova e perfeita Aliança que em Cristo havia de ser estabelecida, e da revelação mais completa que seria transmitida pelo próprio Verbo de Deus feito carne. “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança. […] Porei a minha lei nas suas entranhas e a escreverei nos seus corações, e serei o seu Deus e eles serão o meu povo. […] Todos me conhecerão, desde o mais pequeno ao maior, diz o Senhor” (Jer 31,31-34). Esta nova aliança foi instituída por Cristo no novo testamento do seu sangue (cf 1Cor 11,25), chamando o seu povo de entre os judeus e os gentios, para formar um todo, não segundo a carne mas no Espírito, e fazer dele o Povo de Deus […]: “raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo conquistado, […] que outrora não era povo, mas agora é povo de Deus» (1Ped 2, 9-10). Mas, assim como Israel segundo a carne, que peregrinava no deserto, é já chamado Igreja de Deus (cf 2Esd 13,1; Nm 20,4; Dt 23,1ss), assim o novo Israel, que ainda caminha no tempo presente e se dirige para a futura e perene cidade (cf Heb 13-14), se chama também Igreja de Cristo (cf Mt 16,18), pois que Ele a adquiriu com o seu próprio sangue (cf Act 20,28), encheu-a com o seu espírito e dotou-a dos meios convenientes para a unidade visível e social”.
    Vamos pedir a sabedoria de Deus! A sabedoria de Deus nos ensina a dar uma verdadeira liberdade de renovar a lei.
    Quando eu vejo homens consagrados, bispos e padres, usando da lei eclesiástica para punir, para perseguir, para demonstrar a sua melogomania ou psicopatia, fruto da desaderência intelectual e sanitária de sua vida, recomendo a rezar a página evangélica de hoje: “Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares
    que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal”(cf. Mt 5,21-25).
    Esses dias eu ouvi de um Cardeal que há muitas pessoas que obcecados, com idéia fixa e única, para perseguir o irmão, usando de dinheiro, de poder, de lavagem de dinheiro ou de permutas imobiliárias, que fazem isso em nome de uma farisaica vontade de Deus. A vontade de Deus é perdoar. A vontade de Deus é seguir a misericórdia. Deus não cansou de perdoar nossos pecados, porque quem se encoleriza com o seu irmão é réu da sua própria condenação.
    A lei suprema é o amor! Que Deus, hoje, nos dê a graça de nos revermos por dentro para colocarmos em prática os Seus mandamentos.