“Em ti, encontramos o perdão” “24 Horas para o Senhor”

    A iniciativa das 24 horas com o Senhor, criada pelo Papa Francisco, acontece todos os anos desde 2013 na sexta e no sábado que antecedem o Domingo Laetare, para ser vivida em caráter mundial dentro das dioceses, já que incentiva a promoção de momentos de oração e de confissão, de anúncio do Evangelho e de vigília, que ajudem a viver a Quaresma, preparando para a Páscoa. A proposta é que as igrejas fiquem abertas durante 24h para que os fiéis possam participar do Sacramento da Reconciliação.

    A jornada “24 horas para o Senhor”, organizada pelo Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização, é uma incentivada e pedido também pelo Papa Francisco, iniciada primeiramente em Roma, servindo de paradigma a outras igrejas do mundo. Neste ano foi anunciado na Mensagem da Quaresma deste ano, para os dias 09 e 10 de março, onde algumas Igrejas ficarão abertas para os fiéis fazerem suas orações, participarem da adoração e reconciliando-se com Deus e os irmãos por meio da confissão sacramental. Aqui em nossa Arquidiocese, além dos “mutirões” de confissões que ocorrem durante este tempo nas igrejas, teremos também a presença nas ruas e praças evangelizando e atendendo as pessoas.

    O Papa Francisco, na sua mensagem quaresmal intitulada “Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos”, em que o Santo Padre convidou os católicos a “empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração”. “Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar”. Neste sentido, assegurou que uma “ocasião propícia” para isso “será, também este ano, a iniciativa ‘24 horas para o Senhor’, que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística”. Norteia estas 24horas o trecho do salmo 130: “Em ti, encontramos o perdão”.

    A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro por meio da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese preparou um subsídio com a Hora Santa que poderá ser utilizada na vigília de confissões e de adoração eucarística. Este subsídio contém as motivações do celebrar as 24horas para o Senhor, seguindo a exposição do Santíssimo; a Leitura do 2º Livro de Samuel 12,1-7.10-13; o Salmo 50; Oração; Leitura do Profeta Jonas 3,1-5.10; Salmo 129; Oração; a Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 5,1-2.5-11; Salmo 135; Oração; Aclamação ao Evangelho; Proclamação do Evangelho Lc 15,1-3.11-32; Reflexão que se convida que seja de forma silenciosa; Invocações à Misericórdia; Preces; Oração Final; Bênção do Santíssimo Sacramento, constituindo assim Hora Santa especial para este dia[1].

    “O objetivo é suscitar no coração das pessoas o desejo de uma vida e de levar a presença de Deus através das confissões e atendimento ás pessoas. É um tempo de lembra-las de buscarem a Deus. E não visamos àquelas pessoas que já estão na Igreja: nosso foco são principalmente as que ainda não estão ou as que se encontram distantes. Por isso também fazemos celebrações nas ruas”[2].

    Com razão, todo nosso esforço de evangelização será inútil, se nós mesmos não nos deixarmos penetrar e transformar pela força divina do Evangelho. A fé e a vida se entrelaçam, por isso estas 24horas é um momento propício de conversão, de intimidade com Deus, pois o converter e crer no Evangelho (cf. Mc 1,15) é um apelo à mudança de vida, que começa no interior da pessoa e deste encontro pessoal com Jesus, há um transbordar a outros.

    No ano passado o Papa Francisco assim se manifestou sobre as 24 horas para o Senhor: “Desejo que inclusive neste ano o momento privilegiado de graça, do caminho quaresmal, seja vivido em tantas igrejas para que possam experimentar o encontro alegre com a misericórdia do Pai, que todos acolhe e perdoa”, disse o Papa Francisco ao final da sua catequese. As 24 horas com o Senhor não é um slogan de efeito de qualquer propaganda midiática. É um chamado de consciência para sair das sombras do egoísmo que, inevitavelmente, colocam-se sobre as relações humanas com Jesus Cristo, fazendo se afastar do Criador. Misericórdia não significa ingenuidade, mas se deixar inundar pelo que pacifica a consciência. Deixar passar os dias e os anos sem se reconciliar com o Pai significa perder um grande tesouro dirigido a todas as famílias e à sociedade. Não é um gesto automático, mas um gesto de profunda fé no saber e se reconhecer criatura pobre e indigente, mas sempre filho de Deus”. (http://br.radiovaticana.va/news/2017/03/22/24_horas_com_o_senhor_n%C3%A3o_%C3%A9_um_slogan,_mas_uma_chamada/1300414, último acesso em 05 de março de 2018).

    Deus Pai nos abraça, nos cura e nos ama, não desistindo de nós, foi assim o vivenciar do retiro anual do Papa e seus colaboradores, e é assim que cremos que cada um de nós é também convidado, uma vez que o encontro com a Palavra, por meio da escuta e cumprimento humilde e obediente, nos levará à verdade do amor, à liberdade, à felicidade. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida e se deu num amor oblativo, de entrega de Cristo – Sacerdote e vítima (cf. Hb 5,7-10;10,5-7) – nos leva ao mundo que tem sede de amor, de paz, de alegria, de fraternidade. Cada um de nós é chamado a dar Cristo ao mundo, como profetas do amor e servidores da reconciliação dos homens e mulheres. E aqui está a misericórdia como um desafio contínuo em nossas vidas, pois não há vida sem misericórdia, que é “um dos atributos soberanos de Deus. Crer em Deus é… crer na misericórdia… A misericórdia é um Evangelho a ser descoberto”[3].

    As Igrejas estarão de portas abertas, a fim de que cada fiel experimente este abraço misericordioso de Deus, portanto, tenha você também o coração aberto para aceitar este abraço que cura, restaura e faz nova todas as coisas!

    [1] Cf. Programação das ’24 horas para o Senhor’ nos vicariatos in Testemunho de Fé, 4 a 10 de março de 2018 – Ano XXVII (XVIII), n. 1047, Edição semanal, n. 889, fl. 04.

    [2] Idem.

    [3] Citado no Editorial do Testemunho de Fé, 4 a 10 de março de 2018 – Ano XXVII (XVIII), n. 1047, Edição semanal, n. 889, fl. 02.

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