Em Macau, volta de novo o problema da falta de párocos. Falta assistência à comunidade portuguesa e trabalho pastoral. O problema foi posto, através de uma carta, enviada à última assembleia geral da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal. O caso está agora nas mãos da Conferência Episcopal Portuguesa e, no Oriente, espera-se por uma resposta. Conta Carlos Picassinos, em Macau:
É um problema recorrente e que depois da transição de poderes há 17 anos se foi agravando. Faltam párocos em Macau para assegurar a assistência à comunidade dos falantes de português.
O assunto esteve em cima da mesa na assembleia geral da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal depois do padre Manuel Antunes ter enviado uma carta a expor o problema da falta de párocos capazes de acompanhar e fazer trabalho pastoral junto da comunidade de católicos portugueses.
Para já ainda não houve resposta, mas a questão deverá chegar à Conferência Episcopal Portuguesa. O pedido expresso pelo padre Manuel Antunes foi no sentido de informar as congregações que tenham disponibilidade para assumir compromissos paroquiais em Macau. Do Lado da Conferencia dos Instituto Religiosos de Portugal, o padre Tiago espírito já assumiu que a informação foi passada aos superiores das congregações e espera-se agora uma resposta,
Luis Sequeira, o antigo superior do Jesuítas, um dos nomes históricos da comunidade católica, disse na Tribuna de Macau que a falta de párocos é especialmente acentuada na ilha da Taipa, na paróquia do Carmo e que a morte do padre Luis Xavier,em fevereiro, o sacerdote chinês que sempre acompanhara a comunidade portuguesa, veio agravar. Luís Sequeira nota que há alguma disponibilidade entre o clero local mas os sacerdotes portugueses aqui radicados têm também as outras comunidades, em especial a chinesa, como centro de atividades.
Na verdade, o problema da falta de vocações, chineses ou não, é a questão central. Por isso é que Luis Sequeira entende que devia haver uma co-responsabilização da Conferência Episcopal Portuguesa por este problema tal como acontece com as comunidades imigrantes em vários países da Europa.
E também defende que os católicos portugueses deixem de pensar que ainda são a comunidade central dos crentes locais. A comunidade tem uma presença histórica mas a dimensão da comunidade de chineses católicos ou filipinos é esmagadora e também aqui se sente a falta de de vocações. Sequeira admite o peso, o sentido e a história dos católicos portugueses de Macau mas os tempos mudaram, diz o jesuíta, que aconselha todos a aceitar esta realidade de uma Macau mais chinesa, menos portuguesa, mas ainda assim, com falta generalizada de párocos.
Carlos Picassinos, Macau
Fonte: Rádio Vaticano