Esta é a primeira instituição da América Latina a aderir ao desinvestimento
Sete instituições católicas anunciaram na terça-feira, 04, a adesão à campanha de desinvestimento do setor de combustíveis fósseis. Uma delas é a diocese de Umuarama (PR), primeira da América Latina a aderir à proposta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a fim de tornar-se uma diocese de baixo carbono.
De acordo com o bispo diocesano, dom João Mamede Filho, a iniciativa tomada pela diocese está em comunhão com as mensagens do papa Francisco em sua encíclica Laudato Si’. “Não podemos nos acomodar e seguir permitindo que interesses econômicos que buscam o lucro antes do bem-estar das pessoas, destruindo a biodiversidade e os ecossistemas, continuem ditando nosso modelo energético, baseado nos combustíveis fósseis. Sabemos que o Brasil conta com fontes abundantes de energias limpas e renováveis que não agridem a nossa Casa Comum. Por isso, acredito que a proposta de tornar a diocese de Umuarama de baixo carbono é um dos caminhos práticos para se alcançar o que propõe a Laudato Si””, garantiu.
Além da diocese de Umuarama, as outras seis instituições que se comprometeram com o desinvestimento são os Padres Jesuítas do Alto Canadá; a Federação das Organizações Cristãs para o Serviço Voluntário Internacional (FOCSIV), na Itália; a Congregação das Irmãs de Apresentação de Maria, da Austrália e Papua Nova Guiné; SSM Saúde, nos Estados Unidos; a Sociedade Missionária de São Columbano, sediada em Hong Kong e com presença em 14 países; e o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, em Milão e Nápoles, na Itália.
Os compromissos assumidos na Campanha vão desde a retirada de investimentos em carvão até o redirecionamento dos fundos para energias limpas e renováveis. De acordo com a Universidade de Oxford, cerca de 600 instituições já anunciaram globalmente seus compromissos. “Nós celebramos o anúncio e esperamos que ele influencie pessoas de todos os credos e inspire ainda mais instituições católicas, incluindo o próprio Vaticano, a retirar seus fundos da indústria dos combustíveis fósseis”, reforçou o coordenador sênior da campanha do desinvestimento da 350.org, Yossi Cadan.
O movimento de desinvestimento dos combustíveis fósseis foi reconhecido pelo papa Francisco durante a mensagem enviada aos fiéis, no dia 01 de setembro – Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. Em sua fala, o pontífice afirma que “a pressão social – que inclui o boicote a certos produtos – pode forçar as empresas e o mercado a reverem sua pegada climática e seus padrões de produção”. Ainda de acordo com ele, esta lógica anima o movimento de desinvestimento dos combustíveis fósseis.
Com informações do Movimento Católico Global pelo Clima
Fonte: CNBB