Dia de Portugal: Diretora da Obra Católica de Migrações destaca necessidade de «construir pontes» com emigrantes

Eugênia Quaresma fala numa «celebração no presente, do passado e do futuro»

A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM)  considera o 10 de junho “um dia de memória mas também celebração de futuro” e alerta para a importância de “criar pontes” com as comunidades na diáspora.

“Espera-se que o 10 de junho seja uma celebração no presente, do passado e do futuro. Devíamos celebrar com alegria, recordar que a diáspora também é Portugal, durante muitos anos não se deu ouvidos. As pessoas falavam, a população falava, a diáspora falava somos Portugal, defendemos e acreditamos em Portugal”, assinalou Eugênia Quaresma à Agência ECCLESIA.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas também em Paris, junto de “uma das comunidades mais antigas da Europa”.

Para a diretora da OCPM, este é um “motivo de alegria” e serve para recordar que “os emigrantes continuam a ser Portugal”, pelo que têm de “ser valorizados”.

Neste contexto, observa que as comemorações do Dia de Portugal podem ter “outros significados” e um efeito de união, de construção “de pontes” porque o país pode ser construído a partir de dentro e “também lá fora”.

“Estamos numa altura da história em que não nos podemos fechar em nacionalismos. É importante ressaltar o valor da nação portuguesa, o que tem de mais positivo, a capacidade de dialogar com outras culturas, de empreender, de aprender e construir”, desenvolveu Eugénia Quaresma.

Com os números da migração a ultrapassar os dois milhões nos últimos anos, a entrevistada alerta para os ressentimentos, especialmente, dos mais novos dos anos recentes com quem “é preciso reconciliar essa memória” e recordar os valores que “edificam como povo e como pessoas”.

Para a responsável do organismo da Igreja Católica em Portugal os emigrantes não podem ser procurados “em determinadas circunstâncias”, “para pedir coisas ou do ponto de vista financeiro”.

“Há uma série de contributos que as comunidades portuguesas dão e precisam de ser valorizados”, sublinha Eugênia Quaresma destacando que são “muitos milhões” no exterior a “recordar que Portugal continua a crescer”.

“Elas não esquecem, é uma questão de preservação da identidade, o reavivar de tradições sejam culturais, gastronómicas, religiosas. Há uma grande sede em mostrar este Portugal em crescimento”, acrescenta.

A diretora da OCCPM observa ainda que a nível eclesial as comunidades têm o “papel de redescobrirem o seu potencial evangelizador” de testemunho e “mostrarem que a fé continua a fazer sentido” com o testemunho cristão no trabalho e na escola.

“A vivência da fé não pode ser esquecida, é preciso que as nossas comunidades não se sintam abandonadas. É preciso aprofundar essa vivência e só se vive e só se aprofunda mais em comunidade e não de forma isolada”, conclui Eugênia Quaresma.

O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas está no centro da mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

 

Fonte: Agência Eccleesia

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