Devemos rezar só quando sentimos vontade?

Ao deparar-nos com uma pergunta dessas, a primeira resposta que brota na mente é a exortação que Jesus faz, algumas vezes, nas Sagradas Escrituras a que oremos sem cessar. A resposta é revelada então logo de cara. Não, não devemos rezar só quando sentimos vontade, porque o que Jesus pede, é que rezemos a todo momento. Mas não será esse um pedido impossível? Se já não conseguimos rezar durante alguns minutos que sejam, como rezar sem cessar? Talvez uma olhada mais profunda, no que significa a oração, possa nos iluminar.

Uma coisa é certa, para os santos fica bem claro que a oração não é uma realidade facultativa da vida. São João Crisóstomo diz: “Nada se compara em valor à oração; ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza”. É uma afirmação bem forte, mas a de Santo Afonso Maria de Ligório é mais ainda: “Quem reza certamente se salva; quem não reza certamente se condena”.

Quão distantes de experimentar essa realidade nós estamos? Tendo a pensar que na medida em que vamos nos aproximando mais e mais de Jesus, vamos também compreendendo melhor o que esses santos disseram de maneira tão viva. Em todo caso, o Catecismo nos diz que “orar é uma necessidade vital. A prova contrária não é menos convincente: se não nos deixarmos levar pelo Espírito, cairemos de novo na escravidão do pecado. Como o Espírito Santo pode ser “nossa Vida”, se nosso coração está longe dele?
E se mesmo assim não quisermos rezar?

Muito bem. Digamos que acreditamos no catecismo e nos santos. Mas isso não muda o fato de que hoje não queiramos rezar. Gostaríamos de experimentar o mesmo que eles, mas não conseguimos. Pode ser que não saibamos rezar bem e por aí mesmo pode começar nossa oração: “Senhor, gostaria de responder ao seu chamado de rezar a todo instante, mas não faço a menor ideia de por onde começar. Para mim já é muito difícil parar por alguns minutos para colocar-me em oração, como posso não deixar de rezar nunca? Ensina-me, por favor! ”.

Com certeza Deus nos escutará. Orígenes, por outro lado, nos dá uma dica de como podemos entender melhor o “orar sem cessar” de Jesus. Ele diz: “Ora sem cessar aquele que une a oração às obras e as obras à oração. Somente dessa forma podemos considerar como realizável o princípio de orar sem cessar”.

Ou seja, a resposta não está em ficar espaços de tempo cada vez maiores em frente ao sacrário, ou rezar 20 terços por dia, mas em, sem deixar de lado os momentos fortes de oração que são fundamentais, fazer com que todas as nossas atividades diárias sejam uma forma de oração. Seja oferecendo os estudos a Deus, fazendo sacrifícios pelo bem dos meus irmãos, fazendo caridade ou qualquer outra atividade cotidiana. Assim, além de tirar da oração essa visão de ser monótona, daremos glória a Deus em todos os momentos da nossa vida.

Fonte: Jovens de Maria

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