Deus anseia por corações inquietos, não almas burguesas, diz o papa sobre Dorothy Day

O papa Francisco assinou a introdução do livro autobiográfico de Dorothy Day, Encontrei Deus através de seus pobres, e elogiou sua vida como um exemplo de como a fé e o amor pelos pobres podem transformar vidas.

Na introdução, o papa Francisco escreve: “Dorothy Day nos ensina que Deus não é um mero instrumento de consolação ou alienação para o homem na amargura de seus dias, mas que Ele preenche nosso desejo de alegria e realização em abundância. O Senhor anseia por corações inquietos, não por almas burguesas que se contentam com o que existe”.

Dorothy Day (1897-1980), serva de Deus desde o ano 2000, fundadora do movimento Catholic Worker, jornalista e defensora dos pobres e da justiça social, narra neste livro autobiográfico o seu percurso do ateísmo à fé. A obra, publicada pela editora do Vaticano, estará disponível nas livrarias a partir de hoje (22).

Francisco diz que a vida de Day mostra que a Igreja cresce principalmente por atração e testemunho genuíno, mais do que por proselitismo. Ele enfatiza três lições tiradas da sua vida: a importância da preocupação espiritual, o papel central da Igreja e o valor do serviço aos outros.

“Toda a história de Dorothy Day, essa mulher estadunidense que dedicou toda a sua vida à justiça social e aos direitos das pessoas, especialmente dos pobres, dos trabalhadores explorados, dos marginalizados pela sociedade, declarada Serva de Deus no ano 2000, é um atestado do que o apóstolo são Tiago já afirmava em sua Carta: “mostra-me a tua fé sem obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” (2:18).

O papa fala então do pensamento de Day: “os próprios ataques dirigidos contra a Igreja provaram para mim sua divindade”, com a qual destaca a resistência da Igreja ao longo da história, apesar das traições e dos fracassos humanos.

O papa conclui dizendo que Day ensina que o serviço é uma forma tangível de amar a Deus e aos outros, demonstrando que a fé se manifesta em ações concretas e em compromisso.

Francisco diz que Dorothy Day “serviu aos outros durante toda a sua vida. Mesmo antes de chegar à fé em sua forma plena. E esse fato de se colocar à disposição, por meio de seu trabalho como jornalista e ativista, tornou-se uma espécie de “autoestrada” pela qual Deus tocou seu coração”.

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