CUIDADO! FICAI ATENTOS

                Basta a proximidade de qualquer final de ano para as previsões fatalistas de videntes e sensitivos invadirem nossas mídias e assombrarem o povo simples. Simples na fé e ignorantes na doutrina. Uma dessas sensitivas, ainda hoje, saiu-se com um prognóstico de que nos próximos trinta anos grande parte da população mundial iria “desencarnar” e só sobraria uma maioria de gente boa, purificando-se a raça humana como sonhou o Criador. Até aqui, o desastre não seria tão ruim. Mas Deus é Pai de todos e sua misericórdia se estende “de geração em geração”.  Para bons e maus.

                Então, como fica o Evangelho desse início de Advento, onde Marcos (13, 33-37) mostra toda a clarividência de Jesus, nos apontando um final dos tempos? “Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer”. Essa é a verdade que nos preocupa. Um dia iremos prestar contas, frente a frente, cara a cara, com o Senhor de tudo, o dono da nossa casa comum, que hoje quase destruímos com a desordem que aqui praticamos. Estamos assustados com os prejuízos que já se somam como verdadeira catástrofe ambiental. As conferências e planos de restauração estão aí, para “inglês” ver, mas com conteúdos que, se respeitados, seriam de boa valia diante do  caos que ora vemos e sentimos na pele. O aquecimento global é fato. A crise alimentar cresce assustadoramente. A escassez da água potável e dos reservatórios hídricos também preocupa. Nossas matas têm menos verde. As queimadas matam aves e animais do outrora paraíso terreno.

     Onde te escondes, Senhor? “Como nos deixastes andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor?” (Is 63,17) O grito de socorro que agora ouvimos parece-nos tardio. Mas vem a hora – e é chegada – de que a consciência do desastre e a visão dos prejuízos nos dão novo alento de esperança e nos faz mais submissos diante da confiança que o Pai nos deposita. Então o milagre acontece. Então a criança insubordinada que ainda somos se dá conta de que algo precisa ser melhorado; um comportamento contrário aos padrões da boa conduta e do respeito ao que é de todos passa a gerir eventuais atitudes de irresponsabilidade coletiva. O bem se torna mais desejado.

                Eis que um novo advento, um retorno aos sonhos de uma esperança renovada torna-se aspiração de vida nova. Esse é o momento. Esse é o final que desejamos e que buscamos com nova esperança, novo ardor no coração daqueles que hoje se dão conta da “bagunça” que aqui fizemos. Volte, Senhor Jesus! Estamos dispostos a “desencarnar” o homem velho e fazer nascer no coração de todos o alerta de um novo tempo. “Para que não suceda que, vindo de repente”, o Senhor nos encontre dormindo”. Deixemos de lado as previsões catastróficas… Essas não têm espaço na vida daqueles que alimentam suas esperanças e conduzem suas vidas na expectativa do retorno aos Planos de Deus. Neste não há derrota, destruição e morte. “Vigiai!”.

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