Correr para Cristo!

    Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 aC, os gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reuniam na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros. Os gregos buscavam, através dos jogos olímpicos, a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. No ano de 392 aC, os Jogos Olímpicos e todas as manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I.
    No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido como barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participaram 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.
    São Paulo falava a um público que entendia bem o real significado de uma competição atlética, visto que em Corinto eram realizados os Jogos Ístmicos, competição que ocupava o segundo lugar em importância, atrás apenas dos Jogos Olímpicos. “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta, de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar”. “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado”. (ICor 9,24-27).
    Os próprios escritos de Paulo nos remetem a levarmos uma vida de preparação e luta, fitando sempre um objetivo maior, de cunho espiritual. “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. (Fl 3,12-14).
    Diferente dos Jogos Olímpicos, que, como citado anteriormente, ocorrem a cada quatro anos, o cristão enfrenta diariamente uma intensa competição. Longe de a disputa em questão estar relacionada apenas a uma prova esportiva, o que entra na pauta do embate é a vida, não apenas neste mundo, mas aquela que se refere à eternidade. Para falar de disputa em São Paulo, podemos citar: “Quanto a mim, já fui oferecido em libação, e chegou o tempo de minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo juiz, naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor sua aparição”. (2Timóteo 4,6-8).
    É bem claro que o combate de São Paulo não é literalmente uma batalha, uma guerra, mas uma imagem que descreve a vida do cristão, o seu comportamento, sobretudo em relação ao perseverar na fé. A vida do cristão é feita de escolhas, e a liberdade que nos foi dada faz com que cada vez tenhamos que decidir qual estrada tomar; o bom cristão deve seguir fiel ao ensinamento divino. Esse processo é chamado por São Paulo de “combate”. O êxito final vai defini-lo como “bom” ou “mau”.
    Portanto, que o exemplo de São Paulo nos ilumine para que possamos combater o nosso bom combate de cada dia, para assim irmos correndo ao encontro de Cristo Senhor. Assim, possamos chegar ao pódio da eternidade, que é o encontro definitivamente com Deus. Não fomos criados para sermos perdedores, mais sim ganhadores.

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