Coragem, levanta-te

    Celebramos neste final de semana, o 30º Domingo do Tempo Comum. Daqui a quatro domingos será o último na solenidade de Cristo Rei, dia do Cristão leigo e início da Campanha para a Evangelização. Mais um ano litúrgico que se vai findando e podemos nos perguntar, interiormente, se fomos capazes de construir um pouco do Reino de Deus aqui na terra. Ou ainda, se fomos capazes de amar o nosso próximo, assim como Jesus pediu.

    A liturgia deste domingo pede para que tenhamos fé e acreditemos que tudo pode mudar por meio da oração. O momento atual que atravessamos diante de tantos problemas, e que nos deixa desanimados e por um momento pensamos que a situação não vai mudar, devemos rezar e confiar, que a situação irá melhorar.

    Celebramos neste penúltimo domingo de outubro o Dia Mundial das Missões, coroamento do mês missionário. Rezamos por tantos religiosos, religiosas e leigos que assumem a missão de anunciar o Reino de Deus ao redor do mundo. Que o Senhor faça crescer em nossa Igreja o autêntico e generoso espírito missionário que nos faz sair ao encontro dos irmãos e dos que mais sofrem. Que todos tenhamos um grande ardor missionário. Não podemos calar do que vimos e ouvimos!

    Não guardemos para nós a Palavra que recebemos, levemos a Palavra de Deus adiante assim como os apóstolos fizeram. Sejamos missionários onde estivermos, seja no nosso trabalho, na escola ou em casa. Desde o nosso batismo, somos chamados por Deus a sermos discípulos e missionários e sermos, aqui na terra, sal na terra e luz no mundo.

    A primeira leitura (Jr 31, 7-9 é baseada no contexto do retorno do povo de Deus do exílio da Babilônia, e o Senhor fala por meio do profeta para o povo criar um ânimo novo e ter coragem para seguir adiante. Deus é o Pai de Israel e fará de tudo para que esse povo não se desvie do caminho novamente.

    No Salmo Responsorial 125 (126), ainda no contexto do retorno do exílio da Babilônia, o salmista exalta as maravilhas que o Senhor fez com o seu povo, desde quando os tirou do Egito e agora os resgatando do exílio. Exultemos de alegria, por tudo que o Senhor faz por nós.

    Na segunda leitura (Hb 5, 1-6) o autor sagrado fala da figura do sumo sacerdote, que é tirado do meio do povo e instituído em favor do povo para oferecer dons e sacrifícios em resgate dos pecados dos homens. Temos um sumo sacerdote eminente, que é Jesus Cristo. Ele ofereceu o sacrifico uma vez só na cruz e entrou na eternidade e intercede em favor de todos nós.

    A figura do sumo sacerdote pode ser comparada com a figura do sacerdote nos dias de hoje, pois em cada eucaristia oferece no altar o sacrifício, em favor da humanidade inteira. Ele é tirado do meio dos homens e depois retorna para o meio dos homens.

    No texto do Evangelho (Mc 10, 46-52) Marcos relata que Jesus estava saindo de Jericó, junto com os seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho. Quando ouviu que Jesus iria passar por ali, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim”. Porém, muitos o repreendiam para que se calasse. Ele gritou ainda mais alto: “Filho de Davi, tem piedade de mim”.

    Jesus pede para que o chamem e dizem a ele: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”. O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. Jesus pergunta ao cego o que ele queria que Jesus lhe fizesse e ele responde: “Mestre, que eu veja!” E Jesus lhe diz: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele começou a ver e a seguir Jesus pelo caminho.

    Muitas vezes nos encontramos como esse cego, prostrados no chão pedindo para que Jesus tenha piedade de nós. O que precisamos é ter o tamanho da fé que esse cego do evangelho teve, para acreditar nas coisas boas que Deus faz por nós. Às vezes, só enxergamos as coisas “ruins” e não damos atenção para as coisas boas. Se focarmos nas coisas boas, a nossa vida melhorará.

    Por vezes, Jesus está tão perto de nós e não conseguimos enxergá-lo. Ele está no nosso próximo, seja aquele da minha família ou aquele mendigo sentado à beira do caminho. Assim como no evangelho, muitos passavam pelo cego, mas ninguém dava a devida atenção a ele. Que possamos nos atentar a todos que estão ao nosso redor e enxergar neles a figura de Jesus.

    Que possamos enxergar o Senhor em cada eucaristia e que a partir da partilha do pão eucarístico partilhemos o pão material com aqueles que pouco ou nada têm. Que a nossa fé seja tão grande como a desse cego do evangelho e possamos acreditar que as coisas possam melhorar e possamos viver num país ou numa cidade melhor.

    Hoje, teremos a coleta em favor das Missões: é muito bom compartilhar com a Mãe Igreja a responsabilidade com a missão sendo generosos na coleta deste domingo, integralmente destinada para a nobre missão de anunciar o Evangelho da salvação!

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