Semana das Dores

    A Igreja celebra a Semana das Dores tanto na quinta semana da Quaresma como na Semana Santa, que é a semana maior para nós cristãos católicos. Ela é chamada Semana das Dores porque ao longo dessa semana é possível meditar as dores de Nossa Senhora. A Igreja recorda as dores e o sofrimento de Maria ao ver o sofrimento de seu Filho. Inclusive a partir da 5ª Semana da Quaresma e sobretudo nos três primeiros dias da Semana Santa os textos litúrgicos retratam sobre a paixão e o sofrimento. O prefácio proposto para a missa nesses dias também é o da Paixão do Senhor.

    Em algumas Igrejas a partir da quinta semana da Quaresma cobrem-se as imagens dos santos. Inclusive as cruzes permanecem veladas até o fim da celebração da Paixão do Senhor na Sexta-Feira da Paixão do Senhor, as demais imagens até a celebração da Vigília Pascal. Ao longo da Semana Santa medita-se sobre as sete dores de Nossa Senhora. O dia de Nossa Senhora das Dores é celebrado em 15 de setembro, mas na Semana Santa, em especial, recorda-se as Dores de Maria diante do sofrimento de seu Filho.

    Ao longo da Semana das Dores poderemos intensificar as nossas práticas penitenciais proposto para este tempo quaresmal, como por exemplo: nos aproximarmos do sacramento da reconciliação se ainda não o fizemos, intensificar os momentos de oração, realizar o jejum e a caridade. O tempo da Quaresma em si é um grande retiro espiritual que realizamos, podemos dizer que a Semana das Dores é ponto alto de nosso retiro, e a oportunidade que temos de melhor aproveitá-lo. É a oportunidade que temos de meditar mais no amor de Deus por nós, a ponto de entregar o seu filho por nós. É necessário passar pelo Calvário para chegar à glória da ressurreição. Deixemos os nossos pecados na Cruz do Senhor e sejamos pessoas novas na Páscoa da ressurreição.

    Ao longo da Semana das Dores, ou Semana Santa, as paróquias costumar fazer uma programação devocionais para que fiéis possam viver com mais intensidade esse momento. Na Segunda-Feira, por exemplo, costuma-se celebrar o ofício de trevas, na terça-feira acontece a famosa procissão do encontro e quarta-feira costuma-se meditar as sete dores de Maria, ou em dias diferentes. Em todos esses dias também há abertura para que os fiéis se confessem. A partir da Quinta-Feira, como já sabemos, inicia-se o Tríduo Pascal.

    É preciso resgatar essas devoções da Semana Santa. Infelizmente em muitos lugares algumas paróquias celebram o Domingo de Ramos e depois só vai ter atividade na Igreja na Quinta-Feira Santa. É preciso abrir a Igreja todos os dias da Semana Santa promovendo aos fiéis a oportunidade de se confessarem, participarem da Santa Missa e desses momentos litúrgicos que mencionamos acima. A Igreja é rica de celebrações ao longo da Semana Santa e, dessa forma, alimenta a fé popular de todo o povo. Além do que se pode adequar as celebrações, ou seja, se não for possível realizar o ofício de trevas na Segunda-Feira é possível substituir pela meditação das sete palavras de Cristo na Cruz, se não for possível realizar a procissão do encontro, pode substituir pela celebração penitencial.

    O importante é que a Igreja esteja aberta ao longo de toda a Semana Santa, é a semana maior da Igreja, só temos uma Semana Santa ao longo de todo o ano, por isso, temos que aproveitá-la, vivenciá-la plenamente nos mistérios celebrados. Participando ativamente dos momentos litúrgicos propostos para a Semana Santa e se aprofundando nos textos sagrados para esses dias poderemos celebrar a Páscoa com a fé mais renovada.

    Nossa Senhora acompanha o seu Filho até o momento de sua morte na Cruz, antes de morrer, Jesus entrega sua Mãe como Mãe de todos nós. Se ela é Mãe do filho de Deus e todos nós somos filhos de Deus por meio do batismo, Ela é Mãe de todos nós. Nossa Senhora sempre ouve o nosso apelo e leva o nosso pedido até Jesus. Mesmo nos momentos mais difíceis Nossa Senhora está conosco, nos dá o colo, do mesmo modo que Ela esteve no momento mais difícil da vida de seu Filho.

    Maria, a Mãe das Dores consola todas as mães que perderam os seus filhos e intercede para que essas mães se mantenham firmes na fé do mesmo modo que ela se manteve. Ela é a Mãe da consolação e da esperança e ajuda essas mães a encontrarem na oração e contemplação a força para continuarem vivendo. Nossa Senhora ajuda essas mães a confiarem em Deus e terem a certeza da ressurreição final, e que um dia todos nós nos encontraremos na eternidade. Maria ensina a todas as mães a guardarem e cultivarem tudo em seu coração, do mesmo modo que Ela fez ao longo de toda a sua vida.

    Recomenda-se que as paróquias coloquem a imagem de Nossa Senhora das Dores em destaque a partir do 5º Domingo da Quaresma, para que os fiéis possam rezar diante da imagem, introduzindo na espiritualidade da Semana Santa que se aproxima. Que através do olhar piedoso de Maria, os fiéis possam celebrar piedosamente os momentos que se aproximam.

    Muitos católicos não participam ativamente da Igreja, e muito menos não participam da Semana Santa. Ainda há algumas pessoas que só vão na Igreja para “sepultar” Jesus na Sexta-Feira Santa e em raras exceções voltam para “ressuscitar” com Jesus no Domingo de Páscoa. Um cristão, católico de verdade participa, ou da Semana Santa toda, ou pelo menos do Tríduo Pascal.

    Portanto, procure em sua paróquia a programação para a Semana Santa e tente participar o máximo possível para que possa se manter viva dentro de cada um a espiritualidade desse tempo tão rico da Igreja. Que ao longo dessa Semana Santa possamos passar das trevas para a luz e ser irradiados pela luz de Cristo.

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