Comunhão com Deus!

    A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.

    No Evangelho(Mc 16,15-20), Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão e o comodismo e envia-os em missão, como testemunhas do projeto de salvação de Deus. De junto do Pai, Jesus continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva. Quando os discípulos pensavam: “Agora que Jesus venceu a morte, ele veio para ficar”, eis que Jesus some, desaparece diante de seus olhos. E some para sempre. Ou melhor, sobe para sempre. Pois o desaparecimento de Jesus não é qualquer desaparecimento. É a sua Ascensão. Sem a qual – como ele mesmo nos diz – o Espírito Santo não poderia ser concedido.

    O que a Ascenção nos ensina?  A primeira lição é que a Ascensão de Jesus ao céu nos faz reviver a Paixão. Por isso, nesta semana precedente da Ascensão de Jesus ao céu ouvimos várias vezes: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”(Jo 20,17) e “Eu vou para o Pai”(Jo 14,28.16,28.20,17). A segunda lição é que Jesus, subindo para o Pai, não nos deixa sozinhos, mas nos leva consigo. Jesus, na ascensão se despede da humanidade que o abraçara na Encarnação, no Natal. Jesus, sendo Deus, encarnou-se para fazer-se homem e Jesus ascende aos céus para fazer dos homens, outros deuses(Sl 81,6).

    Na primeira leitura(At 1,1-11), repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo “caminho” que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens continuar o projeto de Jesus.

    A segunda leitura(Ef 1,17-23) convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa “esperança” de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside no seu “corpo” que é a Igreja; e é nela que se torna hoje presente no meio dos homens.

    O Papa Bento XVI resumiu bem a solenidade de hoje: “A Ascensão é o último ato da nossa libertação do peso do pecado”, disse o Papa, que acrescentou: “Por isso os discípulos, quando viram o Mestre levantar-se da terra e elevar-se para o alto, não foram tomados pelo desconforto, mas sentiram uma grande alegria e sentiram-se encorajados a proclamar a vitória de Cristo sobre a morte” (cfr Mc 16,20). Sobre o significado da Ascensão, o Santo Padre explicou que esse gesto do senhor, revela que “em Cristo a nossa humanidade é levada às alturas de Deus, assim, a cada vez que rezamos, a terra une-se ao Céu. E como o incenso, queimando, faz subir às alturas a sua fumaça de suave perfume, de forma que, quando elevamos ao Senhor a nossa fervorosa e confiante oração, em Cristo, ela atravessa os céus e alcança o Reino de Deus, é por ele ouvida e atendida”. (https://noticias.cancaonova.com/papa/bento-xvi-explica-solenidade-da-ascensao-do-senhor/, último acesso em 07 de maio de 2018).

    A Ascensão do Senhor significa que Cristo não se afastou de nós, mas que agora, graças ao Seu ser com o Pai, está próximo de cada um de nós, para sempre. Cada um de nós pode chamá-Lo por tu; todos os podem chamar. O Senhor ouve-nos sempre. Podemos afastar-nos dele interiormente podemos viver voltando-lhe as costas. Mas Ele espera-nos sempre, e está sempre perto de nós.

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