Combatente pela Paz

Um Mendigo de Deus que incomodou a consciência do mundo.

Padre Werenfried

Philippus Johannes Hendricus van Straaten nasceu em 17 de Janeiro de 1913 em Mijdrecht, perto de Amsterdã, na Holanda. Chegou a receber formação para ser professor como o seu pai, tendo começado a estudar filosofia clássica em 1932, na Universidade de Utrecht. Mas Deus tinha outros planos para ele.

Em 1934 entrou na abadia norbertina de Tongerlo, na Bélgica, onde adotou o nome Werenfried, que significa «combatente pela paz». Na seqüência de uma tuberculose, e com uma saúde não muito boa, o médico afirmou que o jovem Werenfried não podia dedicar-se aos rigores do trabalho missionário, tão pouco realizar serviços paroquiais e nem pregações, o que levou os seus superiores a considerarem a hipótese de ele deixar a abadia. Por sorte, o abade não o mandou embora. E mesmo sabendo que Werenfried cantava um pouco alto e desafinado, considerou-o qualificado para a oração festiva do coro. E em 25 de Julho de 1940 foi ordenado sacerdote.

Em 1947, padre Werenfried escreveu um artigo intitulado «Sem lugar na estalagem», onde apelava ajuda a 14 milhões de alemães desalojados, expulsos após a guerra, 6 milhões dos quais eram católicos. No mesmo ano padre Werenfried foi o pregador do encontro anual de camponeses de Tongerlo. Ele falou do sofrimento dos sacerdotes e cristãos alemães, abandonados nas ruínas de uma Alemanha irreconhecível. Um discurso desafiante, pois todo povo belga havia sofrido por cinco anos a dura dominação dos alemães. A caridade não seria algo espontâneo. Mas o milagre aconteceu. Todos se comoveram com as palavras do Padre Werenfried e seu apelo ativou uma onda de generosidade. Quem não tinha dinheiro oferecia todo tipo de ajuda. Os camponeses não tinham muito dinheiro, mesmo assim todos foram para suas casas, cortaram um pedaço generoso de toucinho (alimento comum e abundante da época), e voltaram para entregar ao Padre Werenfried que, em pouco tempo, ficou conhecido como “Padre Toucinho”.

Nos anos seguintes, alargou a sua ajuda aos países da Europa do Leste que sofriam duras perseguições religiosas. Padre Werenfried apoiou sacerdotes expulsos dos países do leste europeu, ajudando-os a garantir a assistência espiritual ao seu povo na diáspora, o que fez com que a sua iniciativa ganhasse o nome de Ostpriesterhilfe (Ajuda aos Padres do Leste).

Financiou as primeiras capelas-rolantes – carros transformados em capelas móveis, que levavam a eucaristia e os sacramentos aos refugiados católicos. Padre Werenfried tinha se tornado num brilhante organizador, num poderoso orador e num missionário de grande sucesso junto à população. Acima de tudo, considerava que a sua verdadeira vocação era como mendigo, chegando mesmo a sentar-se depois da missa ao fundo da igreja, com o seu lendário e já gasto «chapéu dos milhões», para recolher dinheiro para a sua causa.

Foi inevitável o crescimento da Obra do Padre Werenfried. Nos anos seguintes a ajuda já chegava a todos continentes do mundo, contando somente com a providencia de Deus que fazia a generosidade acontecer no coração de milhares de benfeitores.

Em 17 de Janeiro de 2003 padre Werenfried comemorava seu 90° aniversário. E para celebrar a ocasião uma missa solene festiva foi realizada na catedral de Limburg, Alemanha, com mais de 500 amigos, benfeitores e funcionários. O Bispo Franz Kamphaus de Limburg diz que “a religião ainda é emocionante nos dias de hoje”, e cita a vida e obra do Padre Werenfried como a melhor prova disso. Após 14 dias, em 31 de Janeiro, padre Werenfried morre, após uma breve e grave doença, em Bad Soden, perto de Königstein. A mesma catedral, local da celebração festiva do seu aniversário a 14 dias atrás, agora celebrava a missa de corpo presente. Desta vez, o celebrante principal e orador foi o então prefeito da Congregação para o Clero do Vaticano, o Cardeal Dario Castrillón Hoyos. Concelebrando com ele estavam dezenas de bispos e padres de todo o mundo. Como símbolo da ressurreição e do seu vínculo pessoal com o Papa, o Círio Pascal da capela privada do Santo Padre, que o Papa tinha dado pessoalmente ao padre Werenfried, queimava ao lado do caixão.

Padre Werenfried foi para todos nós um entusiasta, um trabalhador, um mendigo de Deus que não se envergonhava de pegar seu «chapéu dos milhões», e pedir esmolas em favor daqueles que realmente precisavam. Ele tinha um impulso de querer salvar o mundo, por isso nunca media forças, sempre arriscava tudo, contando sempre com a providência de Deus. Acreditava sempre que algo mais poderia ser feito, que um pouco mais poderia ser dado, sem se preocupar com o quanto isso iria custar. Tinha apenas a certeza: de que com Deus, sempre encontraria a solução.

Fonte: AIS

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