Anunciar o Evangelho!

    O anúncio do Evangelho é importante, urgente e todos nós somos protagonistas deste mandato apostólico do próprio Senhor Jesus: Ai de mim se não anunciar o Evangelho. Ser missionário não é somente uma tarefa de todo o batizado, mas a razão única para a nossa felicidade completa. A omissão na tarefa missionária é um pecado grave e devemos nos confessar para pedir a graça de sermos discípulos-missionários de Jesus Cristo.
    O profeta Jó fala da celeridade da vida: “Meus dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem esperança. Lembra-te que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade!”(Jo 7,6-7). O profeta nos ensina que a razão do nosso existir é viver em estado permanente de missão anunciando o Evangelho. Por isso viver o Evangelho, bendizer a Deus os muitos benefícios que Ele, na sua infinita misericórdia tem nos concedido, é motivo de “louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações!”(Sl 146). O aspecto fundamental e central do livro de Jó nos ensina a entender a vida humana, seus percalços e a perplexidade diante das contradições da história, questionando a lógica do mundo, vinculado ao sucesso. A pergunta de Jó: “Por que, meu Deus, está acontecendo isso comigo? Ou que será que eu fiz de errado para merecer isso?”. Por isso nós devemos colocar nas mãos de Deus nossas dificuldades porque a misericórdia Dele é grande e Ele nos iluminará a tratar com o problema.
    Jesus, no Evangelho deste quinto domingo do tempo comum, saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão Pedro e de André. A sogra de Simão estava com febre. Jesus “se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los”(Cf. Mc 1,29-39). Jesus não só cura a sogra de Pedro, como cura todos os doentes e os possuídos do demônio. Ele cura os doentes. Ele expulsa muitos demônios. Ao expulsar os muitos demônios o próprio Cristo alerta que o demônio nos ronda, nos tenta, procura a nos afastar da via estreita que é o Cristo. Por isso, depois de curar os doentes e de expulsar muitos doentes Jesus saiu para rezar.
    Como nós rezamos hoje? Como é o sentido de um retiro anual que todo o clero faz? É momento de deserto! É momento de se desligar de tudo que nos ronda no mundo e da vida louca da internet. A última coisa que devemos ascender na noite não é a tela do computador, ou as redes sociais do facebook ou do WhatsApp. Devemos ir ao encontro da luz vermelha do sacrário. Rezando e pedindo a Deus para encontrarmos com Jesus. E quando nós encontramos Jesus podemos repetir o seu convite gentil: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim!”(Mc 1,38).
    Sim a pregação: muitos falam que é preciso pregar o Evangelho de Jesus e disto todos nós estamos de acordo. Mas não adianta a pregação se não vivemos aquilo que pregamos. Não adianta pregar se não temos caridade para com o irmão ou mesmo queremos destruir. Não adianta pregar que foi miraculado ou curado de uma enfermidade grave se impõe doenças permanentes nos corações das pessoas.
    A evangelização é uma missão de toda a Igreja. Eu mesmo escolhi esta necessidade como resumo de minha vida episcopal: “in gentibus evangelizare”, ou seja, evangelizar todas as gentes. Assim, São Paulo, nos ensina que a iniciativa da pregação não é nossa, mas de um encargo em que a Igreja nos confia. “Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (1Cor 9,19).
    Evangelizar e pregar o Evangelho com a nossa vida é o culto mais agradável a Deus. Vamos fazer isso de corpo e de alma!