Agradar a Deus no amor ao próximo!

    Vivemos em tempos de relacionamentos líquidos. As pessoas não querem se preservar para viver a beleza do casamento entre um homem e uma mulher, abertos para a geração de filhos e para a constituição de uma família, sem se preocupar com conforto em exagero, mais para viver o grande milagre que Deus concede ao homem e a mulher que é a constituição de filhos para a continuação da vida humana. Os relacionamentos são efêmeros. Não há mais a educação para a fidelidade, para a generosidade, para o altruísmo, para a renúncia, para o amor autêntico que é mais do que Eros, sendo sobretudo filia. Por isso a liturgia do 30º domingo Comum nos ensina, de forma clara e inquestionável, que o amor está no centro da experiência cristã. O que Deus pede – ou antes, o que Deus exige – a cada batizado é que deixe o seu coração ser submergido pelo amor.
    O Evangelho(cf. Mt 22,34-40) nos ensina que, de forma clara e inquestionável, que toda a revelação de Deus se resume no amor – amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se: “amar a Deus” é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã. Jesus, neste domingo, está colocado diante de um doutor da Lei. Como temos falsos doutores da lei nos dias de hoje, que impõem pesados fardos aos seus súditos, mais esquecem de cumprir os fardos impostos aos outros. Se vestem de santos e imaculados mais escondem a impureza, a perversidade e a maldade. O que o doutor da Lei do Evangelho quer é experimentar a Jesus. Está em jogo o confronte existente entre Jesus e os fariseus. O doutor da Lei dirige a sua pergunta ao Mestre sobre o maior de todos os mandamentos. E a resposta de Jesus une dois preceitos que, no antigo Testamento, encontravam-se separados. Trata-se do amor a Deus(Dt 6,6) e do amor ao próximo(Lv 19,18). Depois, Jesus acrescenta um comentário muito atual: “Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos!”(Cf. Mt 22,40). Para nós fica a experiência de que de nada adianta cumprir as leis, impor decretos, ter gozo com punições e comunicações autossuficientes, que nada dizem, apenas demonstram o vazio e a hipocrisia interior, de reafirmação de autoridade. Não ama a Deus e ao próximo, quem não perdoa, não acolhe e não dá uma chance de recomeço a quem peca e quer voltar ao caminho de Deus. O amor não acaba jamais e nunca podemos desistir de amar.
    A primeira leitura(cf Ex 22,20-26) nos garante que Deus não aceita a perpetuação de situações intoleráveis de injustiça, de arbitrariedade, de opressão, de desrespeito pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres e dos mais débeis. A título de exemplo, a leitura fala da situação dos estrangeiros, dos órfãos, das viúvas e das pobres vítimas da especulação dos usurários: qualquer injustiça ou arbitrariedade praticada contra um irmão mais pobre ou mais débil é um crime grave contra Deus, que nos afasta da comunhão com Deus e nos coloca fora da órbita da Aliança.
    A segunda leitura(Cf. 1Ts 1,5c-10) nos apresenta o exemplo de uma comunidade cristã (da cidade grega de Tessalônica) que, apesar da hostilidade e da perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com o Apóstolo Paulo, o caminho do amor e do dom da vida; e esse percurso – cumprido na alegria e na dor – tornou-se semente de fé e de amor, que deu frutos em outras comunidades cristãs do mundo grego. Dessa experiência comum, nasceu uma imensa família de irmãos, unida à volta do Evangelho e espalhada por todo o mundo grego.
    Não há fé católica que não seja fundamentada no amor e na fé no Ressuscitado. De nada adianta bonitos discursos, prédios suntuosos, paramentos de ouro, até discursos politicamente corretos, autopromoção midiática, se o discípulo-missionário de Jesus não está comprometido com a pedagogia do amor, da caridade e da misericórdia. Nunca se esqueça que você somente agrada a Deus se ama, acolhe, perdoa e caminha com o próximo, nunca o julgando, mais fazendo um bonito caminho de discipulado do ressuscitado neste mundo.

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