Até quarta-feira, 13 de junho, feriado municipal em Lisboa e dia em que os católicos do mundo inteiro evocam Santo Antônio, os pequenos pães, acompanhados por uma oração destinada a abençoá-los, serão embrulhados em papel que leva o carimbo do Doutor da Igreja.
“Os principais compradores das dezenas de milhares de pães, 40 mil em alguns anos, são pessoas provenientes da capital portuguesa e arredores que depois consomem, guardam ou enviam para os emigrantes portugueses”, explicou o frei José Silvestre.
As receitas revertem para a Obra da Imaculada Conceição e Santo Antônio, instituição presidida pelo religioso franciscano que se dedica à proteção de meninos e meninas em situação de risco.
A tradição do Pão de Santo Antônio, fundada numa lenda com fundo verídico, mantém a solidariedade de Fernando Martins de Bulhões, nascido em Lisboa no final do século XII e falecido em Pádua, atual Itália, no ano de 1231.
Santo Antônio, que nunca deixava sem nada os pobres que iam bater à porta do convento, um dia pegou todo o pão existente na despensa da comunidade religiosa e deu-o a um grupo de pedintes, recorda o frei José Silvestre.
Quando o cozinheiro se preparava para pôr a mesa reparou que o pão havia desaparecido, pelo que comunicou ao irmão Antônio o que julgava ter sido um roubo mas o santo pediu-lhe para ver melhor.
De regresso à despensa o cozinheiro verificou que os mantimentos estavam no seu lugar, e é neste acontecimento que se baseia a história que chega aos nossos dias, conta o responsável.
Hoje é comum assistir-se à devoção de tocar com o pão no quadro de Santo Antônio existente na igreja: “Há superstição mas também há pessoas em grande sofrimento que abrem o seu coração e saem muito confortadas, sublinha.
Santo Antônio é o padroeiro secundário de Portugal e principal da cidade de Lisboa, sendo também titular da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, além de a sua memória ser liturgicamente assinalada nas dioceses de Santiago (Cabo Verde) e da Guiné-Bissau.
Fonte: Rádio Vaticano
Local: Lisboa