A missão de Padre Paolino continua

Às 4h30 da madrugada o despertador rompia os sons da fauna amazônica e indicava que um novo dia estava começando; pelo menos para padre Paolino, que logo se levantava para fazer suas orações. Quando o povo começava a se abrigar nos bancos da velha paróquia, o padre sabia que estava próximo das 6h. Era então a hora de celebrar a Santa Missa. No resto da manhã o padre se tornava “doutor” a fim de atender às necessidades de saúde na comunidade; padre Paolino se dedicou por décadas para aprender a chamada “medicina da floresta” com remédios naturais.

Padre Paolino recebia em média 50 pacientes por dia no consultório improvisado em uma das salas da igreja. Depois do almoço e de um breve repouso o padre já partia para visita às famílias. Rio a dentro ele chegava às comunidades ribeirinhas mais distantes. Levava sempre consigo não só os remédios do corpo, mas também o da alma, que é a Palavra de Deus. Quando anoitecia sua jornada não terminava. Muitas vezes a rádio local o aguardava para gravar mensagens de evangelização que confortavam e ensinavam o povo.

Padre Paolino deixou muitos frutos

Uma rotina possivelmente de um jovem sacerdote em missão na Amazônia, mas não! Padre Paolino Baldassari, tinha quase noventa anos e um histórico de 82 malárias; além de outras enfermidades quando realizava todas essas atividades. Se o corpo reclamava, a sua disposição missionária entretanto nunca adoeceu, tornando-se modelo para as novas vocações. Falecido em 08 de abril de 2016, padre Paolino – da congregação dos Servos de Maria – aclamado como santo pelo povo, deixou um legado impressionante. Em Sena Madureira, no interior do Acre, cidade onde foi missionário por mais de 50 anos, 100% da população de fato é católica.

A dedicação incansável de padre Paulino, que enraizou a fé de todo um povo, serve então de motivação aos 16 jovens seminaristas que hoje se preparam para servir a Deus como sacerdotes. A diocese de Rio Branco (AC) cobre uma vasta área de mais de 100.000 quilômetros quadrados – mais de duas vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro. Grandes áreas da diocese estão na floresta tropical; é uma região quase impenetrável, muitos lugares acessíveis apenas por barco. Para conduzir à fé tantas pessoas, Rio Branco tem apenas 26 sacerdotes diocesanos e mais 28 de ordens religiosas. Por isso, Dom Joaquín Pertíñez Fernández, bispo da diocese, pediu apoio à ACN para que esses 16 jovens cumpram sua formação e levem adiante o legado de amor ao próximo e entrega total ao Reino, do qual padre Paolino foi tão sublime exemplo.

Fonte: ACN

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