A Liturgia das Horas

    Cadernos do Concílio – Volume 10

     Dando continuidade à coleção cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II, hoje nos debruçaremos no volume 10, que traz como tema: “A liturgia das horas”. Já há alguns volumes estamos tratando sobre o tema da liturgia que é parte central da nossa fé, pois uma liturgia bem celebrada e bem-preparada nos conduz ao mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

    A liturgia é tão importante para a Igreja que foi o tema que mais permeou o Concílio Vaticano II e que ocorreu a reforma litúrgica, ou seja, uma maneira da liturgia falar mais com o povo e se aproximar mais da população. O documento sobre a Liturgia foi um dos dois primeiros a serem publicados. Por isso, a Liturgia das Horas também tem que ser bem-preparada e bem rezada para que possa se chegar ao mistério central da nossa fé.

    A Liturgia das Horas é a oração da Igreja, normalmente mais utilizada por padres e religiosos, mas os leigos também são chamados a rezar como possibilidade de rezar a oração da igreja. Aquele que é ordenado promete perante o Bispo no dia da ordenação que vai rezar o ofício todos os dias. A Liturgia das Horas consiste em orações ao longo do dia: Laudes, Hora média (que pode ser às 9, 12 ou 15 horas), Vésperas, Completas e o Ofício de Leituras (com leituras patrísticas também). É santificação do tempo.

    Todas as vezes que se reza a Liturgia das Horas, mesmo que não esteja a assembleia reunida, reza-se em nome da Igreja. Por isso, a oração da Liturgia das Horas tem que ser bem-preparada e bem rezada, não pode rezar de qualquer jeito, pois reza-se em nome da Igreja. Além das quatro orações fundamentais, a liturgia das horas também tem o ofício das leituras que pode ser rezado a qualquer hora do dia, mas que está no lugar das antigas vigílias que era rezado antes das laudes.

    Jesus desde o princípio orientava que devíamos orar incansavelmente (Lc 18,1; 21,36;), São Paulo dizia algo semelhante: “Perseverai na oração, mantendo-vos, por ela, vigilantes na ação de graças” (Cl 4,2; 1Ts 5,17; Ef 6,18). Portanto, sem a oração não é possível seguir em frente, ela é um combustível para a nossa vida. Um padre, um religioso, sem uma vida de oração não consegue se sustentar no ministério. A primeira coisa que um religioso deve fazer ao acordar deve ser rezar a liturgia das horas, e depois iniciar os trabalhos do dia. Ao terminar o dia o religioso deve agradecer a Deus por aquele dia e rezar as completas.

    O gosto por rezar a Liturgia das Horas deve começar no seminário, ao longo do processo formativo. No propedêutico, primeira etapa da formação, o reitor deve promover algumas aulas ensinando os seminaristas a rezar a Liturgia das Horas e ressaltar a importância dessa oração na vida do padre. O seminarista não deve entender a oração da Liturgia das Horas como obrigação, mas deve fazer com gosto. Não fazemos direito nada que seja obrigatório, as coisas têm de ser feitas porque acolhemos como dom. Depois de ser instruído sobre como rezar a Liturgia das Horas e a importância dela na vida religiosa, o seminarista ou religioso é instruído a rezar a Liturgia das Horas ao longo da formação. Depois, ao longo da vida de padre e religioso a Liturgia das Horas deve ser essencial.

    A Liturgia das Horas atualmente é composta por quatro volumes: o volume I é para o tempo do Advento e Natal; o volume II é para o tempo da Quaresma e Páscoa; o volume III engloba o período entre a 1ª e a 17ª semana do tempo comum e o volume IV engloba o período entre a 18ª e 34ª semana do tempo comum. Dentro dos quatro volumes da Liturgia das Horas contêm os 150 salmos da Bíblia, todo o chamado “saltério” está contido na Liturgia das Horas. Nas laudes, na Hora Média e nas vésperas são meditados três salmos, nas completas é meditado um salmo.

    A oração da Liturgia das Horas é antiquíssima na Igreja, por isso, assim como a reforma litúrgica da missa e dos sacramentos, e como a essa oração é também uma liturgia, então passou por reforma.

    Depois do Concílio Vaticano II o Papa São Paulo VI, constituiu uma comissão especial para realizar essa reforma, tendo como base a reforma iniciada com o Concílio Vaticano II. No primeiro dia de novembro de 1970, o Santo Padre São Paulo VI publicou a Constituição Apostólica Laudis Canticum (o cântico de louvor) com a qual aprovou e promulgou a versão latina da Liturgia das Horas revista.

    Conforme já dissemos, a Liturgia das Horas é uma das orações mais belas de louvor a Deus. É recomendável que o hino que tem em cada uma das orações seja cantado, do mesmo modo que todos os salmos, principalmente em coro.

    Conforme dissemos a oração da Liturgia das Horas é de toda a Igreja, ou seja, mesmo que o padre ou o religioso esteja rezando sozinho, ele está rezando em nome da Igreja, e naquele momento entra em comunhão com a Igreja orante. A oração da Liturgia das Horas nos santifica, pois estamos cumprindo o mandato do próprio Cristo de rezar sempre em vista da nossa santificação.

    Busquemos conhecer mais sobre essa oração tão rica da Igreja, e que pode ser realizada também por leigos, e não somente por padres ou religiosos. A Liturgia das Horas hoje em dia é fácil de baixar nos aplicativos de celular, além de comprar os livros nas livrarias católicas. Quem sabe possamos rezar a Liturgia das Horas em casa, com a família, ou até mesmo formar grupos em nossas paróquias para rezar ou as laudes (manhã) ou vésperas (tarde). Lembrando que ao rezar estaremos em comunhão com toda a Igreja, e rezaremos pela missão do Papa, dos bispos e dos padres.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here