Silvonei José – Vatican News
“Exorto vocês a não desviarem o olhar dos pobres: eles estão no centro do Evangelho e são os destinatários privilegiados do anúncio da Boa Nova”: foi o que disse o Papa Leão XIV, acolhendo na manhã desta segunda-feira os pastores da Igreja de Madagascar, vindos a Roma em peregrinação jubilar. O Santo Padre disse que este encontro tinha para ele um significado particular, “porque é o nosso primeiro encontro”, acrescentando sua admiração pela decisão de virem todos juntos a Roma, como bispos de Madagascar.
“É um belo sinal de unidade, recordou Leão XIV, citando Papa Francisco, “que sentimos espiritualmente presente neste momento”. “Ele visitou o seu país em 2019 e, três anos depois, os acolheu em Visita ad limina Apostolorum. Desta vez, é o Jubileu, o Ano de graça proclamado pelo Senhor Jesus, que os convocou”.
O Santo Padre destacou em seguida que é muito bonito que eles tenham se tornado peregrinos da esperança, juntamente com os milhares e milhares de fiéis que todos os dias atravessam as Portas Santas das basílicas papais. “Vocês são, antes de tudo, peregrinos da esperança para vocês mesmos: vocês que são pastores, recordaram que são antes de tudo ovelhas do rebanho, às quais Cristo diz: “Eu sou a porta das ovelhas. […] Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagens» (Jo 10, 7.9). E, ao mesmo tempo, tornaram-se peregrinos da esperança para o seu povo, para as famílias, para os idosos, as crianças, os jovens; para que as Igrejas que estão em Madagascar, através de vocês, recebam a graça de caminhar na esperança que é Jesus Cristo”.
O Papa Leão XIV disse então da sua felicidade em ouvir eles contarem as alegrias e as provações pastorais que levam com fidelidade. “A proximidade de vocês com o povo de Deus é um sinal vivo do Evangelho. Encorajo cada um de vocês no seu ministério episcopal, em particular a cuidar dos sacerdotes, que são os seus primeiros colaboradores e os seus irmãos mais próximos, bem como dos religiosos e religiosas que se dedicam ao serviço”.
O Santo Padre deu graças pela vitalidade missionária das Igrejas particulares de Madagascar, herdeiras do testemunho dos santos que, para levar o Evangelho a esta terra longínqua, não temeram nem a rejeição nem a perseguição.
“Gostaria de recordar Henri de Solages, o primeiro missionário que não se deixou desanimar pelo fracasso e pela prisão, ou o santo mártir Jacques Berthieu, cujo sangue foi semente de cristãos em Madagascar. Que o seu exemplo continue a fortalecer vocês na entrega de si mesmos a Cristo e à sua Igreja, entre os sucessos e as provações pastorais que atravessam para chegar ao povo de Deus nas diversas realidades de suas dioceses!”
E uma exortação do Pontífice: “exorto vocês a não desviarem o olhar dos pobres: eles estão no centro do Evangelho e são os destinatários privilegiados do anúncio da Boa Nova. Saibam reconhecer neles o rosto de Cristo e que a sua ação pastoral seja sempre animada por uma concreta solicitude para com os mais pequenos”.
Seguindo o Papa Francisco, Leoão XIV convidou os bispos presentes a cuidarem da nossa casa comum, a preservar a beleza da Grande Ilha, cuja beleza e fragilidade foram a eles confiadas. “Cuidar da nossa casa é parte integrante da sua missão profética. Cuidem da criação que geme e ensinem aos seus fiéis a arte de protegê-la com justiça e paz”, disse o Papa.
“Queridos irmãos, – finalizou – continuem o seu serviço com coragem e esperança. O Sucessor de Pedro os acompanha com a sua oração e o seu afeto. Que a Virgem Maria, Nossa Senhora de Madagáscar, os proteja. Que o Beato Raphaël Rafiringa, a Beata Victoire Rasoamanarivo, São Tiago Berthieu e todos os santos da sua terra intercedam por vocês”.